Dieta paleolítica usa até bacon para emagrecer

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 17/09/2016 às 17:44
Hambúrguer pode, mas sem o pão FOTO:

Durante séculos, diversas culturas consideraram a gordura corporal como um sinônimo de opulência e beleza. Ao longo das últimas décadas, com os avanços da medicina e a descoberta dos riscos associados à obesidade, nossa sociedade passou a enxergar a magreza como um sinal de saúde. Com a popularização do cinema e da televisão, estrelas cada vez mais magras tornaram-se o padrão ideal de beleza, e isso resultou em um esforço, muitas vezes exagerado, pela perda de peso a qualquer custo.

Muitas pessoas que buscam a chamada “boa forma” se esquecem de que seu real objetivo não deveria ser reduzir medidas, e sim levar uma vida mais saudável. As dietas tradicionais, embora deem resultado durante algum tempo, não são viáveis de se manter por períodos muito longos: ao interromper o regime, os quilos duramente perdidos quase sempre voltam, no pesadelo conhecido como “efeito sanfona”. Além disso, muitos regimes restritivos resultam na falta de nutrientes importantes para o organismo. Somem-se também os transtornos adicionais causados por boa parte das dietas, como desânimo, cansaço, irritabilidade e frustração, e o preço a pagar pelo corpo magro parece cada vez mais alto.

Anne Hathaway trocou o veganismo pela dieta paleo Anne Hathaway trocou o veganismo pela dieta paleo

Felizmente, a pesquisa pela dieta ideal, capaz de realizar o sonho da barriga batida sem abrir mão de uma alimentação nutritiva e prazerosa, nunca para. Durante essa busca, especialistas desenvolveram a chamada “dieta paleo”. O nome faz referência ao Paleolítico, período da Pré-História no qual nossos ancestrais viviam da caça, pesca e coleta de frutos e vegetais. Ao resgatar hábitos alimentares primitivos, procura-se não só perder peso, mas implementar um estilo de vida mais saudável.

No Recife, a nutricionista Geruza Cabral e a coach nutricional Liliane Peritore são entusiastas da dieta paleolítica. Segundo Geruza, “não se trata apenas de uma dieta, e sim de uma reeducação alimentar”. Junto à fisiologista Leila Gonzaga, as três compõem a equipe do Salutem Spa, iniciativa que tem como foco o emagrecimento saudável e a longevidade. Para Leila, “os bons hábitos alimentares, a prática regular de exercícios físicos e taxas hormonais equilibradas promovem a saúde humana de forma integral. A perde de peso vem como consequência”.

Geruza Cabral, Liliane Peritore e Leila Gonzaga/Fotos: Divulgação Geruza Cabral, Liliane Peritore e Leila Gonzaga/Fotos: Divulgação

Os princípios básicos da dieta paleo são: nada de comida processada, está liberada a “comida de verdade”. Gorduras são bem-vindas, carboidratos, não. Entre os alimentos liberados estão também folhas verdes, frutas frescas, nozes e castanhas, sementes diversas, carnes – pode até bacon! – e frutos do mar, laticínios integrais, incluindo a manteiga, ovos, óleo de coco, azeite de oliva e dendê, além das bebidas destiladas (sem açúcar) e vinhos, em quantidade moderada. Refrigerantes são proibidos, mesmo os light e diet, uma vez que o aspartame é tóxico. Os únicos adoçantes permitidos são stevia e mel de abelhas. As proibições incluem qualquer comida industrializada, todos os derivados de trigo, milho, soja e cevada, tubérculos com excesso de carboidratos, como a batata inglesa, frutas com muita frutose, como a banana e a maçã, e laticínios “low fat”, “light” ou “diet” – que, na verdade, substituem a gordura animal, que faz bem, por açúcares, que fazem mal.

A dieta paleolítica já angariou muitos fãs entre atletas e celebridades, como o lutador de UFC Frank Mir, o jogador de basquete Kobe Bryant, as atrizes Anne Hathaway e Jessica Biel, além da cantora Christina Aguilera. Liliane lembra, porém, que toda e qualquer dieta deve ter acompanhamento médico e nutricional – afinal, “o primeiro passo para uma alimentação saudável é verificar as necessidades metabólicas de cada organismo, e isso é feito através de exames e de uma prescrição personalizada”.

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