Rio 2016: abertura das Olimpíadas. Inesquecível!

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 05/08/2016 às 21:08
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Beleza, criatividade e muita emoção marcaram a abertura dos Jogos Olímpicos do Rio 2016, nesta sexta. Tudo equilibrado, maduro, sem os excessos e clichês. Teve até espaço para textão com direito a puxão de orelha por conta da falta de "carinho" com o planeta. Impressionante como a comitiva - leia-se Fernando Meirelles, Daniella Thomas, Andrucha Waddington e Deborah Colker -  conseguiram sair da mesmice de forma elegante.  Um vídeo ao som de Aquele Abraço, de Gilberto Gil, interpretado por Luiz Melodia, foi o ponta-pé inicial. Paulinho da Viola - com toda a sua classe - tocou o Hino Brasileiro, num estilo sambinha - envolvedor! - ao mesmo tempo em que era hasteada a bandeira do Brasil, na presença de ex-atletas.

Maracanã todo iluminado. Fotos: AFP Maracanã todo iluminado. Fotos: AFP

A primeira parte do espetáculo foi quase na sua totalidade projetada no palco - na verdade, um telão de LED - que lembrava o jardim de Burle Marx. Mudava ao longo de toda a apresentação: o início da vida com microorganismos e bactérias; formação das primeiras florestas; índios que representam o Festival de Parintins.  Chamou muita atenção o balé de elástico formado por índios. Serviam até de projetor, ao mesmo tempo em que era partícipe da coreografia.

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As caravelas com os portugueses tiveram assinatura - claramente - de Deborah Colker. Outro momento marcante foi a chegada dos negros. Também houve destaque para presença dos árabes - sírios-libaneses - dos asiáticos e priu.. Senti falta dos italianos... Logo depois, veio a formação das grandes cidades; projeção em 3D - com três grupos de Parkour - fizeram o inusitado. Sincronia pura. Foi per-fei-to! Criatividade e tecnologia.

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Até uma réplica do 14 bis voou para fora do Maracanã. No estádio, apareceu um vídeo com imagens aéreas do Rio, apresentando a Cidade Maravilhosa A-GO-RA, ao som de Samba do Avião, de Tom Jobim. Dava para escutar todo o estádio cantando junto. O neto do grande compositor Daniel Jobim tocou no piano, Garota de Ipanema, dando o tom para a ubermodel Gisele Bundchen, desfilar na sua maior passarela: 128 metros.  E ainda rolou funkão, com Ludmilla e até Elza Soares. Zeca Pagodinho fez um dueto com Marcelo D2. Teve MC Soffia com Carol Conká  com uma projeção incrível da capoeira, ao som do nosso maracatu. Foi o momento para mostrar as danças regionais brasileiras como o tecnobrega. O forró, infelizmente, não teve espaço.

Gisele, sempre bela Gisele, sempre bela

Regina Casé foi a mestre de cerimônia do segundo módulo, trazendo a bandeira da miscigenação ao som do País Tropical, de Jorge Ben Jor, transformando o palco num grande bailão. Foram mil e quinhentos bailarinos . No final, o público continuou cantando à capela... Lindo... Nunca tinha acontecido algo assim em nenhuma outra abertura dos Jogos Olímpicos, mostrando o verdadeiro espírito da festa.

Também teve o momento "fala sério", a mensagem sobre o aquecimento global e a importância da preservação. Judi Dench e Fernanda Montenegro declamaram trechos de poema de Carlos Drummond de Andrade. Antes da apresentação da chamada dos atletas, foi avisado que cerca de 11 mil mudas de plantas nativas serão entregues aos atletas participantes para criar, daqui a um ano, as Florestas dos Atletas.

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Após a apresentação das 207 delegações - ver Yane dançando frevo como porta-bandeira não teve preço!!! - discursos e a apoteose. Uma homenagem aos mestres sambistas e Samba de Prata, de João Gilberto, na voz de Caetano Veloso, Anitta e Gilberto Gil. "Razaram!". Guga e Hortência levaram a tocha olímpica para  Vanderlei Cordeiro de Lima acender a pira. Sim, a pira virou um sol, numa escultura cinética de Anthony Howe.

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Ao fim de tudo, o estádio cantava uníssono: "sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor". Simplesmente, sem palavras...

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