"Sofri preconceito, sofri assédio sexual", revela Sandra Annenberg

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 21/06/2016 às 15:02
TV Globo/Reprodução
Sandra Annenberg apresentava o Jornal Hoje antes de assumir a ancoragem do Globo Repórter - FOTO: TV Globo/Reprodução

Sempre simpática, a jornalista Sandra Annenberg deu uma entrevista à revista Contigo, publicada nesta semana, em que revela ter sofrido discriminação durante a sua formação profissional. "Eu fui discriminada, sofri preconceito, sofri assédio sexual, como todas as mulheres, mas eu fui reagindo. Nós mulheres temos de provar muito mais que somos capazes. Todos os dias", desabafou Sandra, que hoje está feliz por criar a filha em um mundo menos preconceituoso - por incrível que pareça.

Na publicação, a apresentadora do Jornal Hoje afirmou ter sido criada por uma feminista e, hoje, se considera uma, justamente por lutar pela igualdade de gênero. "Eu me orgulho muito de ter sido a primeira mulher a entrar diariamente no Jornal Nacional, a ter um quadro fixo como menina do tempo. Sou de um tempo em que a mulher dividia a bancada como um refresco para os olhos, como se ela não tivesse o que dizer", afirmou.

sandra Sandra Annenberg/Fotos: Reprodução da Internet

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O perfil machista que ela via no jornalismo, no início da carreira, se perdeu ao longo dos anos. "Sou de um tempo que o homem abria o telejornal e a mulher vinha na sequência. Eu perguntava: 'Por que todo dia é ele que abre?' Parece bobagem, mas é muito significativo. Socialmente a mulher sempre teve um papel menor, profissionalmente menor ainda. Os salários são diferentes, sempre mais baixos, mesmo na mesma função de um homem", salientou.

Nos 15 anos de Jornal Hoje, a jornalista comentou que o momento mais emocionante foi uma reportagem sobre viciados em crack, exibida em 2013. "A matéria mostrava um sinal invertido: uma filha à procura da mãe viciada. Ela encontra a mãe, que pede ajuda: 'Filha, me tira daqui'. Até hoje me lembro, porque é muito chocante e dolorido. O jornal voltou e eu não conseguia falar", lembra.

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