#DiaDosNamorados - Relacionamentos e apps: o amor na contemporaneidade

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 03/06/2016 às 17:27
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Relacionamentos, em tempo de modernidade líquida*, podem começar sem encontros nem contatos físicos. Antes da tradicional paquera visual ao vivo, um match, espécie de paquera virtual por fotos, no Tinder; um woof, no app para gays Scruff, e assim por diante: cada aplicativo, um tipo de flerte. Os mais conservadores opinam que a tecnologia tem atrapalhado na construção de relacionamentos sólidos. Os liberais, por sua vez, defendem que os apps servem como filtros para encontrar uma pessoa com determinado perfil. De acordo com a psicóloga Karla Reche, os relacionamentos têm acompanhado a tecnologia. "Podemos criar expectativas, idealizar pessoas e nos decepcionar, como também podemos achar alguém que tenha o mesmo perfil que o nosso e começar a se relacionar", analisa a psicóloga.

O casal Marina Moura e Marcos Júnior surgiu através de aplicativos de relacionamento. Ela, estudante de jornalismo, conheceu o rapaz, estudante de design gráfico, através de uma amiga, em uma noitada no Recife Antigo. Houve troca de olhares e cordialidade, mas só o match, no Tinder, depois, mudou tudo.

Marina Moura e Marcos Júnior/Foto: Reprodução do Facebook Marina Moura e Marcos Júnior/Foto: Reprodução do Facebook

 

Um dia, no Recife Antigo, estava com uma amiga minha, Katarina. Foi ela quem me apresentou a ele, amigo dela há muitos anos. Depois disso, a gente se viu poucas vezes e só falávamos 'oi, oi'. Numa tarde de domingo, como de costume, decidi dar uma bisbilhotadinha no Tinder, antes de me levantar da cama e acordar pra vida. Assim que abri o aplicativo - PAM -, lá estava ele [risos]. Imediatamente, pensei: 'Eita! Olha o amigo de Katarina solto na buraqueira'. Em seguida, dei meu singelo like pra ele. Para a minha surpresa, deu match na hora, e daí já fui puxando papo, perguntando onde ele morava, porque estava aparecendo 14km de distância.

Nesse dia, conversamos a tarde inteira pelo aplicativo e depois pulamos para o WhatsApp. A gente conversou tanto, a nossa conversa foi tão boa, que no outro dia mesmo a gente já estava se encontrando no Shopping Boa Vista pra assistir ao filme de Annabelle [a boneca assassina], sem nem se importar com o idioma. Ficamos por um tempo, morgamos, deletei o app, refiz de novo... Nos encontramos novamente, voltamos a ficar, e, agora, estamos namorando há um ano e quatro meses [risos]. A ferramenta foi o chute que a gente estava precisando, porque, não fosse ela, não estaríamos juntos para contar que aplicativos de relacionamentos dão certo, sim, e o negócio é achar a pessoa certa. Nós dois temos plena consciência disso."

Marina Moura

Gonzaga Júnior e Renato Zun/Foto: Reprodução do Facebook Gonzaga Júnior e Renato Zun/Foto: Reprodução do Facebook

Assim como Marina e Marcos, o estudante de design gráfico Gonzaga Júnior conheceu Renato Zun no Tinder, em fevereiro deste ano. Desde então, estão juntos.

 

Nós nos conhecemos no Tinder, na segunda semana de fevereiro. Nisso, eu curti o perfil dele, porque achei interessante - assim como eu esperava que ele também achasse o meu. Posteriormente, apareceu uma notificação da curtida. Nesse mesmo dia, eu estava de folga e fui ao cinema com um amigo, quando, do nada, eu recebi uma mensagem do app informando que Renato tinha me curtido e, por causa disso, fiquei ansioso. Quando fui tentar responder, meu celular descarregou e não pude falar nada. Cheguei em casa, pus o celular pra carregar e começamos a conversar.

Em diálogos sobre artes e fotografias, decidimos migrar para o WhatsApp e continuar lá. Com o passar do tempo, ficamos mais românticos e, num dia de folga, resolvi vê-lo pessoalmente, em Vitória de Santo Antão. No passeio, caminhamos, fomos ao shopping, conversamos e conseguimos ver que todo o papo no aplicativo era verdadeiro. No mês seguinte, ele resolveu me ver aqui em Recife. Vimos um filme, conversamos e, na despedida, falei para o Renato: 'Acho que nós temos grande potencial pra dar certo'. Ele, na mesma hora, respondeu: 'Nós devíamos namorar, então'. Nós não nos vemos com tanta frequência, mas conversamos todos os dias."

Gonzaga Júnior

Seja por aplicativos ou encontros inesperados, o que importa é amar...

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