Morre Naná Vasconcelos

Anneliese Pires
Anneliese Pires
Publicado em 09/03/2016 às 8:20
Nana3 FOTO:

Naná Vasconcelos  morreu na manhã desta quarta-feira (9), aos 71 anos, no Hospital Unimed Recife3 onde estava internado desde o último dia 29, por conta de complicações causadas por um câncer no pulmão. O músico teve uma parada respiratória e passou por um procedimento, mas não resistiu e faleceu às 7h39 O velório começa está marcado para as 14h desta quarta, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O enterro será nesta quinta (10), às 10h, no Cemitério de Santo Amaro.

Juvenal de Holanda Vasconcelos, nosso querido Naná Vasconcelos, nasceu no Recife no dia 2 de agosto de 1944. Eleito oito vezes o melhor percussionista do mundo pela revista americana Down Beat e ganhador de oito prêmios Grammy, é considerado uma autoridade mundial em percussão. O músico pernambucano faleceu na manhã desta quarta (9). Aos 71 anos, ele lutava contra um câncer de pulmão.

Desde jovem envolveu-se com os tambores nos movimentos de maracatu locais. Começou a tocar aos 12 anos com seu pai, que era violonista, numa banda marcial no Recife e teve na infância influências musicais de Villa-Lobos a Jimi Hendrix. Durante toda a sua carreira sempre teve preferência por instrumentos de percussão, e nos anos 60 notabilizou-se por seu talento com o berimbau. Em 1967 mudou-se para o Rio de Janeiro onde gravou dois LPs com Milton Nascimento. No ano seguinte, junto com Geraldo Azevedo, viajou para São Paulo para participar do Quarteto Livre, que acompanhou Geraldo Vandré no 3º Festival Internacional da Canção.

Além disso, Naná tem uma extensa carreira no exterior. A partir de 1967 ele atuou como percussionista ao lado de diversos nomes de peso: Jon Hassel, Egberto Gismonti, Pat Metheny, Evelyn Glennie e Jan Garbarek. Formou entre os anos de 1978 e 1982, ao lado de Don Cherry e Collin Walcott, o grupo de jazz Codona, com o qual lançou três álbuns.

Em 1981 tocou no Woodstock Jazz Festival, em comemoração ao décimo aniversário do Creative Music Studio. Em 1998, Naná contribuiu com a música Luz de Candeeiro para o álbum Onda Sonora: Red Hot + Lisbon, compilação beneficente em prol do combate à aids, produzida pela Red Hot Organization. Foi ainda companheiro de palco de nomes como B.B.King, Jean-Luc Ponty e Talking Heads, além de participar das trilhas sonoras de diversos filmes, inclusive a animação O Menino e o Mundo, indicada à última premiação do Oscar. Sua discografia é tão extensa quanto os projetos ligados à música nos quais esteve envolvido ao longo da vida dedicada à arte.

Por 15 anos ocorreu sob a condução dele a abertura do Carnaval do Recife, tendo sido o homenageado da festa em 2013. No fim de fevereiro esteve no festival de percussão Na Lata, em Salvador, a convite do idealizador do evento, Carlinhos Brown. Um pouco antes, em dezembro de 2015, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Também no ano passado lançou o CD Café no Bule, com Zeca Baleiro e Paulo Lepetit. Continuava trabalhando: estava empenhado em compor a trilha do novo espetáculo do Balé Dança Vida, de Ribeirão Preto (SP).

Leia mais:

"O sol já vem já": A homenagem de Zeca Baleiro e Paulo Lepetit ao eterno Naná Vasconcelos

"Eu sou o Brasil que o Brasil não conhece", de Naná Vasconcelos em entrevista ao Social1

Políticos lamentam a morte de Naná Vasconcelos

Nana -
2A100210004 -
2R080513014 -
2R080513019 -
2R110513026 -
AB160809022 -
AB160809024 -
AS070810028 -
AS070810040 -
DN050216141 -
DN050216188 -
EM230715035 -
GM150212021 -
GM170212008 -
HR120210010 -
MS310113007 -
SB060116003 -
SB060116006 -
SB060116015 -
SB060116017 -
SB060116018 -
SB060116021 -

Últimas notícias