Seis perguntas para Pabllo Vittar

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 25/02/2016 às 20:32
Foto: Reprodução
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Talvez você ainda não tenha dado conta da drag queen Pabllo Vittar, mas ela é uma estrela. Compõe essa nova constelação de artistas que conseguem brilhar não por exposição na TV, mas projetando-se na internet. No início de outubro, Pabllo divulgou no YouTube o clipe de Open Bar, versão do hit Lean On, de Major Lazer e DJ Snake. Foi tão bem de visualizações que ela tem feito uma média de oito apresentações por mês e está na banda do programa da Globo Amor & Sexo.

Até então com um EP de cinco músicas, Pabllo, 21 anos, prepara seu 1º CD. O 3º videoclipe - de música que ele não revela - deve conter cenas gravadas no Recife, onde desembarca no sábado (27) para show na boate Metrópole. Ficará na capital pernambucana por alguns dias... passeando e trabalhando. Sobre o show, faz segredo: canta as suas músicas, faz covers de divas e diz que a vibe é a alegria de um open bar.

Qual é a história da sua carreira?

Ela aconteceu muito naturalmente, é uma coisa de desde pequeno, mas que veio deslanchar mesmo depois dos 18 anos. Foi quando eu decidi que queria trabalhar com música. A drag veio depois, mas já tinha grande paixão. Então resolvi unir os dois.

Sua vida certamente deu um salto: são shows, programa de TV...

Sim, é tudo grandioso e agora a gente quer perpetuar isso. Mas eu não esperava. Fico até espantado com todo mundo cantando as minhas músicas. Já fui a Manaus, Macapá... Tá bem incrível. A gente tá feliz e trabalhando bastante.

Um dos elogios que se faz ao seu trabalho é pelo fato de, mesmo sendo versões do pop americano, há referências a ritmos brasileiros. É intencional?

Totalmente intencional. A gente quer levar os ritmos que a gente não costuma ouvir na balada: samba, pagode, funk, rasteirinha... Dar para as pessoas beberem dessa fonte. E elas têm gostado.

Assista ao 2º clipe, Minaj

O reality americano RuPaul's Drag Race deu bastante visibilidade às drag queen. Acha que você se beneficia dele?

Bebo, sim, dessa fonte. Sou fã do programa há muito tempo - desde a 3ª temporada e já está na 8ª -, mas não me montava ainda. Conheci por um namorado e fiquei apaixonada! Eu e meus amigos começamos a nos montar e sair na noite, fazer show montada, mostrando outra identidade. Aí virou uma bola de neve.

Como analisa o fato de estar no horário nobre da Globo, aos sábados, quando as famílias que não saíram de casa estão assistindo?

Vejo de maneira totalmente expressiva. A gente vive, no país, um preconceito muito grande. Eu estando lá  é de importância - é um horário nobre! - para dar visibilidade para as drags. Recebo mensagens das pessoas me falando que eu ajudei, ou de mães. Fico muito feliz em saber que estou ajudando as pessoas.

O fato de ser artista blinda de preconceito?

De forma alguma. Ser artista é dar a cara à tapa, me deixa ainda mais em exposição. Recebo mensagens de quem não aceita... Tem muita gente que não aceita, e é por isso que eu luto. Tem muito homofóbico nesse país.

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