Programa de calouros: alavanca para o sucesso?

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 23/10/2015 às 18:46
Bella Schneider, recifense de 22 anos, tenta impulsionar a carreira no "The Voice Brasil"/Foto: Reprodução
Bella Schneider, recifense de 22 anos, tenta impulsionar a carreira no "The Voice Brasil"/Foto: Reprodução

Por Luiz Apolinário

Especial para o Social1

Bella Schneider, recifense de 22 anos, tenta impulsionar a carreira no "The Voice Brasil"/Foto: Reprodução Bella Schneider, recifense de 22 anos, tenta impulsionar a carreira no "The Voice Brasil"/Fotos: Reprodução

Participar de um reality musical é garantia de sucesso para um artista ainda não familiarizado com o mercado fonográfico? Essa pergunta já foi feita para todos os consumidores de música. Quem chega à fase final e vence, até lança o debut disco, mas some do mapa do sucesso. Por que logo os queridinhos não conseguem ter uma carreira sólida e cheia de hits?

O sonho de todo músico sem apoio de gravadoras é conseguir popularidade em programas de calouros. The Voice, X Factor, American Idol, Fama, Astro, Popstars, Ídolos e SuperStar surgiram como espaços para esses artistas. Nomes talentosos como Kelly Clarkson, Leona Lewis, Adam Lambert e Banda Malta passaram por esses programas para virarem grandes nomes do showbiz. E foi o que aconteceu.

 O recifense Ayrton Montarroyos, 20, integra o elenco da quarta temporada do "The Voice Brasil" O recifense Ayrton Montarroyos, 20, integra o elenco da quarta temporada do "The Voice Brasil"

Em 2002, nos Estados Unidos, com Paula Abdul, Simon Cowell e Randy Jackson, surgia o American Idol. Muita gente viu no programa a chance de ser o próximo queridinho da música norte-americana. Entre batalhas, performances bombásticas e votação popular, Kelly Clarkson levou a melhor. Atualmente, Clarkson tem mais de três singles no topo da Billboard e mais de 20 milhões de discos vendidos mundialmente. De lá pra cá, o vespertino já revelou nomes como: Jordin Sparks, Kris Allen e Fantasia.

https://www.youtube.com/watch?v=_4GvH1xLqI0

Acompanhando as tendências, em 2006, no Brasil surge a versão nacional do programa: Ídolos, tendo Arnaldo Saccomani, Carlos Eduado Miranda, Cynthia Zamorani e Thomas Roth como responsáveis por revelar o novo ídolo do País. Nesta edição, Leandro Lopes foi o vencedor. Após o programa, o cantor lançou um álbum inteiramente pop/rock. Dois anos depois, Lopes se tornou vocalista da banda de axé Rapazzola, que está em atividade até hoje. O reality ainda proporcionou a vitória de Thaeme Marioto e Rafael Barreto.

https://www.youtube.com/watch?v=WGnGgxvr0Zk

Após o Ídolos, outro programa revelou nomes promissores da música. Fama, apresentando por Angélica, mostrou a voz de Roberta Sá, Thiaguinho, Marina Elali, Cidia e Dan, Ivo Pessoa e os vencedores Vanessa Jackson, a dupla sertaneja Hugo e Thiago, Marcus Vinícius e Fábio Souza. Curiosamente, os ganhadores não fizeram tanto sucesso quanto os outros: lançaram seus discos e sumiram do mundo musical. O público fez deles campeões, mas por que não deram certo?

https://www.youtube.com/watch?v=mQCMHGbIgcw

Fama acabou, Ídolos mudou de emissora e a procura por realitys musicais foi perdendo força com o passar do tempo. Em meados de 2011, a busca por novos talentos ganhou um revival. The Voice, considerado melhor programa musical pelo Emmy, vem com uma proposta inovadora: às cegas, os jurados escutam os candidatos e viram a cadeira para o que se adequar ao seu estilo. Na edição de estreia do programa, Javier Collon conseguiu alcançar a primeira fase do seu sonho e lançar o seu primeiro álbum.

Após isso, o cantor não apareceu nos charts e não foi tão vendido. Até então, o programa revelou uma cantora country de sucesso: Cassadee Pope. A artista é um exemplo primordial de que tudo depende do próprio performer para acontecer. “Tudo depende do artista. Os programas são mídias, mas o sucesso depende de você”, comenta o cantor Ayrton Montarroyos, que está participando da nova temporada do The Voice Brasil. E complementa: “Carreira é uma coisa que se constrói com o tempo, com maturidade”.

https://www.youtube.com/watch?v=FZSWXW5yVJU

Além de Ayrton, quem também vem ganhando visibilidade por causa do programa é a pernambucana Bella Schneider, 22, que cantou One, do U2. “ Eu quero conquistar mais público e ter chance na carreira musical. Eu quero realmente crescer”, comenta a cantora, sobre a expectativa de participar do The Voice. Confiante, Bella acrescenta: “Esse lance de competição é muito complicado. Mas depois que um artista lança um disco, ele não vai ser esquecido. A pessoa não some, pode estar fazendo outra coisa. Eu pretendo, por exemplo, cursar produção musical”.

Nas primeiras duas temporadas, a atração consagrou Ellen Oléria e Sam Alves. Ela já está no seu quarto álbum, sendo um após o programa. Sam, por sua vez, lançou, em 2014, seu primeiro álbum com covers de Justin Timberlake, Christina Perri e Bruno Mars. Agora, está em turnê para promover o seu segundo álbum, ID, lançado em março deste ano. Ainda que não ajude um artista novato a dar continuidade a sua carreira, os realities shows musicais ainda aspiram artistas que lancem CDs, hits e, futuramente, uma boa biografia.

https://www.youtube.com/watch?v=KiYucyn4OOs

Últimas notícias