Cinco cenas que emocionaram no capítulo de terça de "Verdades secretas"

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 23/09/2015 às 17:15
Grazi Massafera como Larissa/Foto: reprodução do globo.com
Grazi Massafera como Larissa/Foto: reprodução do globo.com

O capítulo de terça-feira (22) de Verdades secretas foi um senhor capítulo. Agradou a quem acompanha a novela e surpreendeu quem zapeava e nela ficou. Pelos menos cinco cenas e interpretações grandiosas precisam ser destacadas. A trama, escrita por Walcyr Carrasco com direção de Mauro Mendonça Filho, chega ao final na sexta (25).

Grazi Massafera como Larissa/Foto: reprodução do globo.com Grazi Massafera como Larissa/Imagens: reproduções do globo.com

Até este trabalho fadada aos pré-julgamentos a que são submetidos ex-BBBs, e colecionando papéis insossos e em novelas de baixa repercussão, Grazi Massafera tem sido elogiada pela difícil personagem que construiu na trama de Walcyr Carrasco: Larissa, postulante fracassada à profissão de modelo que, viciada em crack, habita num lugar espécie de cracolândia.

Nas cenas de terça (22), Larissa mendigou alimento a um grupo de ajuda a drogados, supostamente ligados a alguma igreja; exibiu-se para os demais viciados, dizendo-se bonita e chique, evocando o glamour - no caso dela, falso - que ronda aqueles que se aventuram nas passarelas; foi vítima de estupro coletivo, numa sequência bastante forte, e acabou por aceitar ajuda para sair dali. De sorriso cínico a choro desesperado, em cenas longas, a atriz - bela e feia, devido à caracterização de "cracuda" - comoveu quem estava do outro lado da tela. Sobretudo ao pedir ajuda e ao se chamar de burra, após sofrer o abuso sexual, como quem se sente culpada quando na verdade é vítima.

A atriz colheu elogios nas redes sociais afora - inclusive de famosos, como Bárbara Paz e Glória Perez. Muitos dos que assistiram escreveram "A novela é de Grazi", mesmo sua personagem não estando no principal núcleo.

João Vítor Silva como Bruno João Vítor Silva como Bruno

Eterno Pedrinho do Sítio do picapau amarelo, João Vítor Silva também protagonizou um dos ápices da novela. Bruno, personagem dele, após receber alta do hospital por overdose, foi internado numa clinica de reabilitação. O jovem ator soltou um choro convincente, ao se despedir da mãe, Pia (Guilhermina Guinle), atriz que também está bem no papel de mãe alheia às questões dos filhos. João Vítor emocionou mais ainda na cena em que foi revistado pelo funcionário da clínica: ele tira a roupa, se abaixa e, com a câmera focando seu rosto, é investigado se não há droga escondida no ânus. A cena foi de um sutileza...

Reynaldo Gianecchine e Fernando Aires como Anthony e Maurice, respectivamente Reynaldo Gianecchine e Fernando Aires como Anthony e Maurice, respectivamente

Reynaldo Gianecchini, no papel do modelo mal-sucedido Anthony, encantou a audiência fazendo seu jogo de sedução com os personagens de Marieta Severo (Fanny), Giovanna (Agatha Moreira) e Fernando Eiras (Maurice) - os três, aliás, muito bem em seus papéis. Numa das cenas com Maurice, Anthony, nu, desenvolve uma sequência supersensual. Enquanto Maurice dança no quarto de hotel, a câmera vai abrindo até mostrar a silhueta de Anthony, no banho, refletida no espelho do banheiro; ele sai de toalha cobrindo apenas a genitália e Maurice, deitado, o descobre; com a câmera cortada para o rosto de Maurice, vê-se as mãos e os pés de Anthony massageando a face do outro, até que derrama um líquido claro - sabe-se que é espumante, mas sugere também escatologia. A câmera se afasta e, num plano aberto, estão Anthony em pé e nu com uma das pernas levantada tendo o pé sobre o corpo de Maurice. O cenário é um quarto neoclássico, e o que se vê bem que lembra A grande beleza.

dricamoraes Drica Moraes é Carolina

A Carolina, de Drica Moraes, é uma personagem-chave da história, mas pouco interessante. Na reta final tem alcançado notas mais atrativas, digamos. Ela ora sugere saber do envolvimento da filha, Angel (Camila Queiroz), com o marido, Alexandre (Rodrigo Lombardi), ora parece tola, ou ainda louca. Não se sabe o que se passa exatamente pela percepção de Carolina. Para o público, a dúvida é lúdica.

evawilma Eva Wilma como Fábia

É bonito ver Eva Wilma no papel de uma alcoólatra. Uma atriz octogenária numa personagem que não é uma avó bondosa nem uma grande matriarca, ela é uma errante. Em cena exibida no capítulo de terça (22), internada numa clínica para reabilitação, a atriz comoveu mesmo sem texto dramático: sentada à mesa com outra interna, Fábia fala da vida amenizando a agrura de estar ali contra a própria vontade. Recorda uma história, mascara outra, até que se dá conta de que a sopa está fria. Chama garçom, mas não há garçom. Levanta-se. Está só.

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