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Terminou em bafão a exibição, seguida de debate do filme Que horas ela volta, de Anna Muylaert, sábado, no Cinema do Museu. Os cineastas pernambucanos Lírio Ferreira e Cláudio Assis entraram juntos portando garrafas de cerveja no local.
Segundo o cineasta e crítica de cinema, Felipe André Silva, presente na ocasião, logo no início do encontro, Cláudio Assis não deixou Anna sentar na cadeira do palco. "Lírio estava gritando que o filme era maravilhoso. Quando alguém tentava fazer uma pergunta, ele interrompia. Claudio Assis chamou Regina Casé de gorda e o maquiador do filme de bichona", relatou.
Não se falou em outra coisa no domingo, sobretudo, nas redes sociais. A jornalista Carol Almeida se manifestou através das redes sociais. "O que tinha acabado de ser projetado naquela sala de cinema era um filme sobre protagonismo feminino, sobre dar à mulher o lugar de fala que historicamente lhe foi negado. E aí o filme acaba, se acendem as luzes da vida tal como ela é e neste momento surgem dois homens para interromper a fala de uma mulher diretora", comentou.
A diretora Anna Muylaert declarou, em entrevista ao JC, que o ocorrido serviu para abrir uma discussão maior sobre machismo e preconceito, mas que não tinha a intenção de "demonizar" dois amigos. "Eles estavam bastante alcoolizados. Agiram de maneira intantil e boba, numa atitude de egolatria comum aos homens. Quando viram uma mulher em evidência, precisaram atrapalhar o momento", falou. "O machismo é um tema levantado recorrentemente em todos os lugares que frequento. Em países da Europa, em várias cidades do Brasil que tenho visitado, o assunto sempre vem à tona. As mulheres não aguentam mais. Estamos todas por um fio", desabafou.
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