A volta por cima de Pedro Carmona

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 24/05/2015 às 6:06
A volta por cima de Pedro Carmona
A volta por cima de Pedro Carmona

Pedro Carmona faz a alegria das torcedoras. Fotos: Guga Matos/JC Imagem Pedro Carmona faz a alegria das torcedoras. Fotos: Guga Matos/JC Imagem

por Eduardinho Sena

Especial para o Social1

Após mais de um ano afastado dos gramados, por conta do rompimento de três ligamentos do joelho direito, o meia do Náutico, Pedro Carmona, 27, está novo em folha. Tão recuperado que já chama a incumbência do título do Brasileiro da série B para si. Para o gaúcho de Porto Alegre, responsabilidade é como aquela música de axé: “abraço, beijo e chamo de meu amor”. Ele frisa que o time do Náutico, do qual faz parte, deve uma alegria ao Clube e, sobretudo, aos seus torcedores. “Tenho uma sensação, espiritual até, de que algo de muito bom está para acontecer. E eu tenho que estar no meio, tenho um propósito aqui”, rubrica. Batemos uma bola, ou melhor, um papo com ele. Confira.

 

 

Ele se refresca após o treino Ele se refresca após o treino

Onde esteve a sua maior motivação durante o seu processo de recuperação?

Na força dos meus amigos, da minha família, no meu desejo de vencer na vida, de superar isso. Sempre gostei de desafio. Ah, não posso esquecer de quem duvidou de mim. Sempre fui de querer provar o contrário às pessoas, que eu podia conseguir, e que posso voltar a jogar como jogava antes e até melhor.

Como foi fazer aquele gol contra o Brasília no seu reencontro com os gramados?

Como sou chorão, achei que fosse me emocionar, mas foi normal. Depois, bateu um sentimento de “voltei”. Mas esse voltei, é um votei a jogar. Ainda preciso de mais velocidade, agilidade, continuo fazendo treinos específicos. Mas essas características, só pegando ritmo, jogando.

Três adjetivos que te definem?

Persistente, orgulhoso - não o de vaidade, de querer estar sempre certo, mas orgulho dos meus feitos; e confiante. Sou mais eu, sempre. Confio demais em mim.

Como você vê o Náutico hoje? Briga para subir para a Série A?

Temos um plantel muito bom, organizadinho. Vai brigar pra subir, para ser campeão. Os treinos estão sendo ótimos. E de mim, o torcedor pode esperar dedicação, caráter e disposição. Nunca vou me esconder. Pego a responsabilidade e mato no peito. Abraço, beijo e chamo de meu amor.

Um excesso?

O futebol. Não desconecto nunca. Qualquer jogo, estou assistindo.

O que te faz feliz?

Família, futebol e o surfe (o atleta é praticante da modalidade Body Boarding). Esse último me traz leveza.

Maior elogio que um jogador pode receber?

O jogador mais inteligente que vi jogar

 

E inteligência em campo significa o quê?

Ver o que a maioria não consegue ver. Visão periférica. Dar um passe que ninguém enxergou.

Se Dunga chegasse pra você e perguntasse “Porque devo te convocar pra Seleção?”, como você venderia seu peixe?

Sou o meia canhoto que tá em falta no Brasil: que pensa o jogo, dá um passe inteligente... Quer dizer, tem o Ganso e o Lucas Lima também, né?

Qual tua maior dificuldade?

Segurar a língua. Não falar tudo o que penso. Me chamam de grosso por aí. Podia ficar na minha em algumas situações, mas vou lá e falo. Queria me indispor menos com as coisas. Tou sempre alfinetando alguma atitude de alguém de alguma forma. Não é nem reclamação, é picuinha mesmo.

Conte-me algo que eu não sei.

Que durante o intervalo do jogo, a maioria dos jogadores ficam com vontade fazer xixi. Mas a gente segura pra não fazer, e voltamos a campo "apertados". É que se tu se alivia e é sorteado pra fazer o exame antidopping, vai ter esperar umas duas horas depois do jogo pra ter vontade de novo. Imagine numa partida que termina à 0h?

Jogador também gosta de body boarding Jogador também gosta de body boarding

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