Relação entre política e visual é tema de livro

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 21/05/2015 às 10:12
Nem Michelle Obama escapou do olhar do cabeleireiro
Nem Michelle Obama escapou do olhar do cabeleireiro

Thiago Veira, autor do livro. Foto: Divulgação Thiago Veira, autor do livro. Foto: Divulgação

O cabeleireiro Thiago Vieira, do salão Tröis Beauté, em Boa Viagem, está envolvido na elaboração de um livro. O assunto é o visagismo como influência eleitoreira, ou seja, ele vai expor a relação da política com intervenções no visual, mostrando como as mudanças adotadas pelos políticos influenciam suas trajetória e ambições. Por exemplo, para ele, em 2002, Lula só conseguiu ser eleito quando passou a circular com o cabelo mais arrumado, aparou a barba, abrindo mão de uma figura sindicalista. “Ele precisava naquele momento conversar com todos os públicos”, explica.

O autor afirma que a mudança de visual de Lula foi um fator crucial para sua eleição O autor afirma que a mudança de visual de Lula foi um fator crucial para sua eleição

Também levanta uma questão: onde foram parar os óculos de Dilma enquanto ministra-chefe da Casa Civil? “Quando ela se candidatou à presidência, em 2010, abdicou das lentes em armação e passou a hidratar os cabelos, ficou mais bonita e elegante. Essa imagem conquista grande parte do eleitores brasileiros. Um corte de cabelo é uma marca de credibilidade”. Aliás, falando na atual presidente, se Thiago fosse cabeleireiro dela, iria deixá-la menos loura nesse momento de crise. “Ela precisa passar a ideia de sobriedade, adotando tons mais escuros nos cabelos. Não estamos na fase de campanha, em que a alegria do louro era instrumento de simpatia”.

Nem Michelle Obama escapou do olhar do cabeleireiro Nem Michelle Obama escapou do olhar do cabeleireiro

Nem a primeira-dama dos EUA escapou do olhar do cabeleireiro, que acredita que a adoção da chapinha por Michele Obama foi estratégia política. “O cacho, apesar de ser um instrumento de afirmação política da negritude, infelizmente, ainda passa uma sensação despojada. No caso de Michele, ainda tem uma outra questão: quando o político não tem o que mudar no visual, como é o caso de Obama, essa, digamos, responsabilidade tem que ficar com a 1ª dama. Apesar de ser uma monarquia, veja o que Lady Di representou para o mundo em termos de moda, quando o príncipe Charles só passava a ideia de tradição”, levanta.

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