O sucesso atemporal do Biquini Cavadão

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 20/05/2015 às 16:02
Biquini Cavadão divide a noite com Humberto Gessinger/ Fotos: Reprodução/Internet
Biquini Cavadão divide a noite com Humberto Gessinger/ Fotos: Reprodução/Internet

Fotos: Reprodução/Internet Fotos: Reprodução/Internet

Com 30 anos de estrada, 10 álbuns de estúdio e três ao vivo, 2096 shows em 640 cidades do Brasil e do mundo e músicas completamente atemporais, o Biquini Cavadão sempre esteve à frente do seu tempo. Em entrevista ao Social1 por telefone na tarde desta quarta (20), o líder da banda, Bruno Gouveia, creditou a longevidade do grupo aos fãs, descrevendo o sucesso como uma herança de mão dupla, que passa de pai para filho, mas também faz o caminho inverso. "Lembro-me de um passeio que fiz há uns anos no Rio de Janeiro e cruzei com três gerações. O primeiro, um homem mais velho, me parou na rua, parabenizou o Biquini e disse que era fã da banda; o segundo, de uma outra geração, disse que cresceu ouvindo nossas músicas, que seu pai tinha lhe apresentado quando ainda era pequeno; o terceiro, um jovem, me pediu um autógrafo e citou músicas mais recentes como suas preferidas", contou.

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Com sua memória musical no passado, os pés no presente e a mente no futuro, a banda renova-se a cada geração e continua lançando bons discos - recebendo, inclusive, uma indicação ao Grammy Latino de Melhor Canção Brasileira com a música Roda-Gigante, em 2013. Mesmo com o tempo passando em ritmo frenético, o cenário músical em constante ebulição, o surgimento de novos tecnologias e tantos outros ritmos conquistando seu espaço, Bruno, com a voz calma, diz que não há motivos para temer as mudanças, e ainda cita o ex-Beatle Paul McCartney: "Paul conta que, quando o LP surgiu, os músicos daquela época se apavoraram, porque eles viviam com o dinheiro que ganhavam cantando em barzinhos. O pensamento comum era que as pessoas comprariam os discos e não iriam mais a shows. No entanto, o mercado só cresceu e vieram outras oportunidades".

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Entre as mudanças causadas pelos avanços tecnológicos estão as centenas de câmeras de smartphones que compõem o cenário de qualquer show atualmente, erguidas por uma necessidade de registrar e compartilhar cada momento que acaba dividindo as atenções. "Sinceramente, não condeno quem vai para o show e assiste a maior parte pela tela de um celular ou de uma câmera", pondera. Bruno lembra de quando tinha uma câmera analógica e assistia a shows com filmes de 24 poses: o resultado, às vezes, era uma decepção. O vocalista comemora o progresso e destaca o fenômeno e as redes sociais como uma forma de feedback. "Antes, dependíamos de alguém que tivesse coragem de nos procurar no camarim para dizer o que achou da apresentação. Hoje, o retorno é imediato". Antenados e dispostos a esta interação, durante os shows a banda faz questão de divulgar hashtags e pedir para que as pessoas marquem as fotos. "Quando chego no hotel, sempre olho as marcações. Faço questão de estar por dentro e saber o que o público quer, o que sentiu falta, o que é legal na apresentação e o que não é", pontua.

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Para apresentação no Recife o grupo traz sua turnê mais recente, Me Leve Sem Destino, que reúne novos e antigos sucessos - entre eles a canção Livre, inspirada nos protestos que tomaram o Brasil em 2013. Em nossa conversa, Bruno comentou que o assunto permanece recente, discorrendo sobre o "linchamento" da opinião e sobre como as pessoas estão vivendo uma "liberdade inventada". "A internet deveria ser um facilitador, um espaço para as pessoas trocarem ideias. No entanto, elas simplesmente não conseguem mais debater sobre nenhum assunto, porque as opiniões são linchadas".

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Lamentando não ter mais tempo para curtir a terra dos altos coqueiros, já que aporta na capital para o show e depois segue para Minas Gerais, onde se apresenta no sábado (23) em Santa Rita do Sapucaí, o vocalista conta que a música pernambucana influenciou sua formação profissional e destaca Alceu Valença como uma de suas pilares musicais.

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No show desta sexta (22), no Chevrolet Hall, o Biquini Cavadão, composto também por Carlos Coelho (guitarra), Miguel Flores (teclado) e Álvaro Birita (bateria), divide a noite com o ex-vocalista do Engenheiros do Hawaii, Humberto Gessinger, no line up do projeto Porque hoje é rock! O frontman do Biquini classifica este como um momento, sobretudo, de celebração, já que ambos comemoram 30 anos de carreira, e deixa em suspense uma possível parceria: "Vai depender do tempo, mas pode ser que role uma participação nossa no show dele ou vice-versa".

No embalo:

https://www.youtube.com/watch?v=ULNNSc_Jd6g

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