As mãezonas da teledramaturgia

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 10/05/2015 às 10:03
Maria do Carmo sofreu pelo sequestro da filha
Maria do Carmo sofreu pelo sequestro da filha

por Robson Gomes

Especial para o Social1

“Mamãe, mamãe, mamãe / Eu me lembro o chinelo na mão...”. O Dia das Mães está no ar! E enquanto muitos (inclusive este que vos escreve) estão correndo para deixar este data mais especial, vamos falar de um dos assuntos favoritos das nossas matriarcas: novelas! Ao longo de mais de seis décadas, a televisão brasileira, através de folhetins e seriados, tem nos brindado com mães fictícias que adoraríamos tê-las na vida real ou, simplesmente, são a representação de muitas mães que conhecemos. Pensando nisso, elaboramos esta pequena lista de mamuscas que, nos últimos anos, honraram esse posto de educar seus filhos, aconselhá-los e, claro, passaram por poucas e boas para ter uma família feliz no mundo maravilhoso da ficção.

#1 – Helena (Vera Fischer), de Laços de Família [2000]

Vera Fisher deixou sua paixão por conta da filha. Fotos: TV GLobo/Divulgação Vera Fisher deixou sua paixão por conta da filha. Fotos: TV GLobo/Divulgação

Até onde você iria por amor aos seus filhos? A atriz Vera Fischer viveu o amor incondicional de mãe até as últimas consequências na novela “Laços de Família”. Na trama, Helena era uma empresária de 45 anos, sócia de uma clínica de estética, mãe de Camila (Carolina Dieckmann) e Fred (Luigi Baricelli). Após namorar com o médico recém-formado Edu (Reynaldo Gianecchini), 20 anos mais novo, Camila também se vê apaixonada pelo jovem e é correspondida. Ao perceber a paixão dos dois, Helena decide se afastar de Edu para que a filha seja feliz. Mas esse não seria o seu maior sacrifício. Ao descobrir que Camila tem leucemia, Helena abre mão de seu novo amor por Miguel (Tony Ramos) e engravida de Pedro (José Mayer), pai biológico da filha, para gerar um doador de medula. A terceira filha de Helena nasce, o transplante de medula é realizado com sucesso, e Camila se recupera totalmente. No fim, Helena reconcilia com Miguel e se casam.

#2 – Dona Nenê Silva (Marieta Severo), de A Grande Família [2001]

Dona Nenê mudou muito nesses anos Dona Nenê mudou muito nesses anos

Essa é tão mãezona que chamamos até de dona! Foram 13 anos no ar cativando as noites de quinta na série “A Grande Família”. Na sinopse, Nenê era uma dona de casa exemplar e mãe coruja, conciliadora do lar, responsável por mediar os conflitos entre o marido Lineu (Marco Nanini) e o resto da família, mesmo que isso significasse acobertar as confusões que os filhos Tuco (Lúcio Mauro Filho), Bebel (Guta Stresser) e o genro Agostinho (Pedro Cardoso) aprontavam. Vez ou outra, o jeito metódico e comportado de Lineu levava a tentar apimentar um pouco a relação dos dois, quase sempre de forma meio estabanada. Nenê era o tipo de mãe que todo mundo se identificava fácil com suas dúvidas e atitudes. Ao longo da série, ela foi para a universidade e a primeira a apoiar Tuco quando ele decidiu ser artista e os outros discordaram.

#3 – Edilásia Sardinha, a “Mamuska” (Rosi Campos), de Da Cor do Pecado [2004]

Mamusca lutava com unhas e dentes Mamusca lutava com unhas e dentes

Sabe aquela mãe que quer todos os filhos por perto e defende as crias com unhas e dentes? Essa era a Mamãe Sardinha, de “Da Cor do Pecado”. Edilásia era matriarca de uma família de lutadores: Apolo (Reynaldo Gianecchini), Ulisses (Leonardo Brício), Thor (Cauã Reymond), Dionísio (Pedro Neschling) e o excêntrico Abelardo (Caio Blat). Viúva do mestre de artes marciais Napoleão Sardinha (Jamil Hamdan) [ROO!], eles herdaram a missão de manter a tradição familiar. A “Mamuska” sustentava os filhos vendendo sanduíches naturais e sucos no seu quiosque na praia. Mas ela também os mimou e os superprotegeu: apesar de fortões, os Sardinhas não largavam a barra da saia da mãe. Só ela também fazia a secreta sopa mágica, que dava uma incrível força para vencer as lutas. Além disso, Edilásia tinha outro segredo: era mãe de Paco (Reynaldo Gianecchini), irmão gêmeo de Apolo, fruto de um caso com o empresário Afonso Lambertini (Lima Duarte), de quem era empregada no passado.

#4 – Maria do Carmo Ferreira da Silva (Suzana Vieira), de Senhora do Destino [2004]

Maria do Carmo sofreu pelo sequestro da filha Maria do Carmo sofreu pelo sequestro da filha

Mais pernambucana e arretada impossível! Em "Senhora do Destino", Maria do Carmo nasceu em Belém de São Francisco. Era solidária, segura de si, acostumada a controlar tudo a seu redor. Dona de uma linguagem bem característica (quem não lembra quando ela estava

"varada de fome"?), ainda era terna, passional e intensa. Autoritária às vezes, mas tinha uma desculpa forte para tal: manter a família unida. E para isso, não media sacrifícios. Teve a filha recém-nascida Lindalva (Carolina Dieckmann) sequestrada e, desde então, tentou manter os quatro que lhe restaram mais próximos: o político Reginaldo (Du Moscovis), o contador Leandro (Leonardo Vieira), o maître Viriato (Marcello Antony) e o caçula Plínio (Dado Dolabella). Ao chegar na Vila São Miguel, despertou a paixão de dois homens: Dirceu de Castro (José Mayer) e o "felomenal" Giovanni Improtta (José Wilker). Além disso, enfrentou poucas e boas com a vilã e sequestradora de sua filha, Nazaré Tedesco (Renata Sorrah), com direto a uma briga histórica na teledramaturgia brasileira.

 

#5 Picucha (Fernanda Montenegro), da série Doce de Mãe [2012]

Picucha de Fernandona Picucha de Fernandona

Sabe aquela mãe que parece não existir? Que a medida que o tempo passa, mais alegria de viver ela tem? E por mais adultos que os filhos sejam, ela sempre vai chamá-los e tratá-los como eternas crianças? Esta é a dona Picucha Souza, a senhorinha de 85 anos da série "Doce de Mãe". Viúva de Fortunato (Francisco Cuoco), mãe de quatro filhos e avó de cinco netos, ela é divertida e encara bem a velhice. Ela decidiu morar em uma casa geriátrica, mas desistiu da ideia após perceber que estava envelhecendo longe da família. Picucha era ativa, adorava cozinhar, ouvir música, mas, apesar de não admitir, sofria com lapsos de memória. Para contornar o problema, ela espalhava bilhetes pela casa para lembrar de seus afazeres. Fernanda Montenegro foi tão brilhante nesse papel que ela foi premiada com um Emmy (o Oscar da televisão mundial) de Melhor Atriz em 2012.

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