"Quando tomo porrada bloqueio", diz Marcelo Serrado sobre redes sociais

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 18/03/2015 às 17:15
serrado2_divulgacao FOTO:

Ao volante, o ator Marcelo Serrado bateu um papo rápido com o Social1, por telefone, sobre o stand up É o que temos pra hoje, que fará sessão única domingo (22), às 20h, no Teatro RioMar. Dirigir com as duas mãos ao mesmo tempo em que fala ao telefone é, para Serrado, uma das vantagens da tecnologia. "Enquanto ela não distancia as pessoas...", respondeu, delimitando a fronteira do que é vantajoso e do que é o contrário na relação das pessoas com seus celulares de última geração, redes sociais, aplicativos... Observador como deve ser um ator, Serrado ironiza e tira graça de casos cotidianos no palco. "As pessoas vão se divertir muito".

O ator Marcelo Serrado/Foto: Divulgação O ator Marcelo Serrado/Foto: Divulgação

stand up é sobre a nossa relação com a tecnologia, certo?

Eu falo sobre dependência: as pessoas dormem com o celular, compram capinha, customizam, se vão ao teatro ou ao cinema não desligam o aparelho. É muito da minha observação. E no stand up eu pergunto como seria a internet na época de Jesus Cristo, ou do descobrimento do Brasil...

E qual a sua relação com a internet?

Uso redes sociais. Postei agora mesmo, no Facebook, que vou estar aí, no Recife. Tenho um Instagram aberto, para os fãs, e outro fechado, para os amigos, mas não fico o tempo todo usando. Quando estou no Twitter sou eu mesmo, porque tenho retorno do público - por exemplo: estou fazendo uma série no GNT e as pessoas comentam na hora mesmo. Então, fico em contato com meus fãs. Eu tenho uma filha de dez anos, ela adora celular, mas quando ela passa o fim de semana comigo exijo que desligue completamente.

Como ela reage?

Faz cara de raiva, fica triste, mas tudo bem, sei que estou fazendo um bem para ela.

Há vantagem nesse uso demasiado da tecnologia?

Não tem quando há uma relação de dependência, mas enquanto a tecnologia não distancia as pessoas... Porque imagina eu falando com você e mexendo no telefone. Se você tem intimidade, até que vai, mas quando não, é como se a pessoa estivesse nem ali. Faço ironia [no stand up] com esses casos e o público se identifica.

Mas me fala sobre vantagens.

Então, Steve Jobs realmente revolucionou o mundo, no sentido de criar o celular como a gente conhece hoje. O cara realmente inventou uma coisa que marcou um antes e depois. Agora, por exemplo, estou falando com você e dirigindo com as duas mãos...

Consegue imaginar como será daqui a alguns anos?

Ah, vai ficar tudo muito mais forte, as pessoas tendo contato a tudo com o dedo ou com a íris do olho. O que a gente vê em filme de ficção científica vai se tornar real. Meus netos, provavelmente, vão viver num mundo totalmente diferente. Agora é o começo.

Do que mais sentiria falta num tempo como o que descreveu?

Adoro pegar um livro e ler. Não queria que os livros acabassem.

Já sofreu com as redes sociais?

Às vezes você fala uma coisa e leva porrada. Eu, quanto tomo uma porrada, bloqueio a pessoa. Ela não entra mais, acabou. Mas não sou de falar muita coisa. Todo mundo tem opinião, né? Mas eu falo mais sobre coisas da vida e do meu trabalho.

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