Cecília Brennand, a fada madrinha bailarina de 450 jovens

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 08/03/2015 às 7:33
Cecília Brennand: uma fada madrinha para 450 sonhos
Cecília Brennand: uma fada madrinha para 450 sonhos

Cecília ama o que faz. Fotos: Dayvison Nunes/JC Imagem Cecília ama o que faz. Fotos: Dayvison Nunes/JC Imagem

Cecília Brennand sempre figura nas melhores festas e eventos da cidade. Casada com o empresário Ricardo Brennand, tem três filhos e duas netas lindas, ela ficou conhecida como a dona do Ária, em Piedade, espaço que, por 13 anos, oferecia aulas de balé, yoga, capoeira e também recebeu várias exposições. Bailarina de formação, sua atuação, hoje em dia, está focada na gestão e na parte artística da Oscip que criou para ajudar meninas carentes através da dança. A rotina diária está voltada para as questões do Aria Social e da família. E atividade física, sempre que possível, pois a memória corporal do bailarino não nos permite parar. Cecília recebeu o S1 para uma conversa que encheu os olhos e o coração. Confira:

Sua relação com a dança vem de muito tempo, quando você decidiu que estava na hora de criar um espaço social?

Minha história com a dança começou desde muito menina. Seguindo essa vocação, me formei bailarina, mais tarde produtora, e nunca quis fazer outra coisa. Fundei o Aria Espaço de Dança e Arte em 1991, que funcionou comercialmente por 13 anos, em Jaboatão dos Guararapes, como escola de dança e importante galeria. No entanto, sempre sonhei com um espaço que integrasse as artes, a dança, a música, pinturas etc., ( durante 10 anos com Galeria de Arte). Assim, comecei desenvolvendo ações pontuais e voluntárias na área de dança e canto coral. Em 2004, fundamos a Oscip, nascendo assim o Aria Social, que já atendia, voluntariamente, quase 100 crianças e jovens. Foi necessária uma grande reforma em nosso espaço físico, pois, no ano seguinte, já dobramos este atendimento, que veio num crescente até atingirmos os 450 educandos que mantemos hoje, a partir dos cinco anos atuando na dança, iniciação musical, canto coral, aulas de português e matemática.

Quatrocentros e cinquenta meninas participam do projeto Quatrocentros e cinquenta meninas participam do projeto

Quantas crianças participam do projeto?

Em média, 450 crianças e jovens, entre 6 e 25 anos, de ambos os sexos

Arte ou democratização cultural? Qual o seu maior objetivo ao fundar a Oscip?

Primordialmente, a democratização cultural, visando a formação e transformação humana através da arte. A profissionalização, no entanto, vem se tornando também uma realidade. Na medida em que trabalhamos com seriedade, foco e qualidade, numa perspectiva de formação continuada, os frutos vão sendo colhidos e não poderíamos deixar de nos comprometer com o percurso profissional de nossos jovens.

O que te dar mais prazer hoje?

Estar com minha família; ver o Aria Social traçando um caminho sólido, colhendo os frutos de um trabalho de 25 anos. Sentir o apoio da valiosa equipe desde o início nos traz a certeza do comprometimento deles. É como se fosse uma só alma carregando o mesmo sonho e louvar a Deus; ele me deu a missão, deu-me também muitas pessoas com quem compartilhá-la. Profissionais e amigos de enorme talento e sensibilidade ainda maior para com a causa humana e social. Somos um conjunto de forças somadas e muita determinação.

Qual o papel da mulher na sociedade atual?

Múltiplo! Somos filha, mãe, mulher, profissional. E para cada um desses papéis, temos uma grande e importante missão. Como profissionais através dos espaços conquistados até então, mantermos o foco em novas possibilidades sempre. O desafio consiste justamente na busca do equilíbrio para que não se perca a essência de cada um desses papeis, tão necessários para formação da pessoa humana, seja mulher ou homem que se equiparam em capacidade e não podem se eximir de suas responsabilidades. Existe algo a fazer que compete particularmente a cada um de nós na qualidade de pessoa humana.

Qual o conselho que você dá e gostaria que essas meninas seguissem?

Que a conquista de qualquer sonho e objetivo começa com a valorização da ética, do respeito e do reconhecimento ao outro. A formação de caráter, aliado ao empenho e determinação, é a melhor perspectiva para se alcançar o sucesso naquilo que desejamos.

Qual a sua maior realização com o Aria Social?

Ver o Aria Social dando tão bons frutos. Acompanhar de perto as conquistas profissionais de muitos jovens que começaram aqui trilhando seu percurso artístico. Já temos bailarinos abrindo seus próprios espaços de dança, multiplicando o conhecimento desenvolvido conosco e se firmando profissionalmente no mundo da arte. É realmente muito gratificante.

Ela só atua na direção e na gestão da Oscip Ela só atua na direção e na gestão da Oscip

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