Paixão pelo jornalismo vale prêmio

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 05/03/2015 às 8:04

Do Jornal do Commercio

Ela frequentou as salas de aula de três universidades, mas sucumbiu ao jornalismo por puro gosto. “Quem gosta de redação não consegue sair. Eu gosto muito e, se estou longe, sinto falta”, revela Mirella Martins, titular da coluna Dia a Dia, deste Jornal do Commercio, e do blog Social 1. A jornalista é homenageada na categoria comunicação da edição deste ano do Prêmio Tacaruna Mulher.

Mirella é também formada em Direito e atua como advogada. Contudo, sem a mesma assiduidade e devoção com as quais se dedica ao jornalismo. Também chegou a cursar Rádio e TV, na Universidade Federal de Pernambuco. Como jornalista, passou a atuar, ainda como estagiária, no jornal Folha de Pernambuco. Com o JC, é namoro antigo e casamento selado em 2013, quando assumiu o blog Social 1, do portal NE 10. No jornal impresso, faz um ano que ela assina a coluna Dia a Dia - assumiu o posto em 8 de março de 2014, justamente quando se celebra o Dia Internacional da Mulher. “Tenho prazer imenso em levar a informação adiante. Adoro saber que as pessoas descobriram algo ao ler a coluna”, confessa.

Mirella coordena uma equipe de cinco pessoas. Não esconde: é viciada nas redes sociais e não deixa de trabalhar nem quando está malhando, hábito que pratica todo início de manhã, antes de chegar ao jornal - um olho nas máquinas e exercícios, outro nas conversas que podem render material precioso para a coluna. O batente é alternado entre as horas de redação e os eventos sociais aos quais precisa, por ofício, comparecer. Em casa, o revezamento é feito entre os quatro muito queridos: o marido, Leonardo, e os filhos Gabriela, Rogério e Théo.

LÁ DO SERTÃO

Mirella tinha um ano quando perdeu o pai num acidente de carro. Foi criada pela mãe, a médica Sarita Martins, com a ajuda fundamental dos avós, Nelson e Teresa. “Eles me criaram para que eu fosse feliz naquilo o que escolhesse. No jornalismo, fui buscar essa felicidade”, afirma. Do avô, revela ter herdado o gosto pelas notícias: “Ele lia tudo, lia muito. E, mesmo sem consciência, me passou essa paixão”.

O pai era sertanejo de São José do Belmonte. E, mesmo tendo o Recife na certidão de nascimento, ela considera-se uma sertaneja: “Quase não convivi com meu pai. Mas tenho muita ligação com a minha família de Belmonte. Sou sertaneja, sim, mesmo sem ter nascido lá”. A ligação com o Sertão é uma espécie de resgate da memória do pai. Mirella ressalta a coragem e o orgulho dos sertanejos como virtudes essenciais. “Descobrir o Sertão e me encantar com ele foi uma forma de me reencontrar com meu pai, mesmo em memória.” Certa vez, numa das cavalgadas à Pedra do Reino, evento que acontece todo mês de maio, em São José do Belmonte, ela caiu do cavalo. Logo atrás, vinha o escritor Ariano Suassuna (morto em julho de 2014), um entusiasta do evento que leva cavaleiros à chamada Pedra Bonita. Ariano, que assistiu à queda, determinou à jornalista: “Ninguém derruba uma sertaneja. Levante-se e siga”. Ordem prontamente atendida. E assim segue Mirella, altiva e corajosa, como sertaneja que é.

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