O segredo da Walt Disney

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 18/10/2014 às 17:10
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Apesar do habitual "felizes para sempre" que encerra inúmeros longas de animação da Walt Disney, é comum desprender algumas lágrimas durante as películas da produtora. Isso porque, na maioria dos clássicos, ocorre uma estranha coincidência: os personagens crescem sem suas mães ou pais por perto. O site americano Business Insider, intrigado com o mistério, resolveu investigar o segredo e desvendou a charada que destinou uma vida solitária ao jovem Bambi, em 1942, deixou órfão o pequeno Simba, em O Rei Leão, de 1994, e no mesmo golpe levou a mãe de Nemo, em Procurando Nemo, de 2003. O questionamento tem duas respostas, uma delas respondida pelo produtor executivo de Malévola, Don Hahn.

Foto: Reprodução Foto: Reprodução

Antes de saber as respostas, é preciso entender a cultura estadunidense, na qual o círculo familiar é um pouco diferente do nosso. Nos Estados Unidos os filhos saem de casa assim que ingressam na universidade. Diferente do Brasil, eles associam diretamente o crescimento, a vida adulta, à saída da casa dos pais. Nos filmes da Disney, os roteiros são construídos em cima do tema "desenvolvimento" e os personagens precisam aceitar as responsabilidades antes da hora. A curta duração dos filmes, que variam entre 80 e 90 minutos, também influência na escolha: "Para abreviar as coisas, é muito mais fácil que os personagens cresçam quando eles fazem isso sem seus pais. A mãe de Bambi, por exemplo, morre no filme, e isso o força a crescer e a enfrentar os problemas sozinho”, explicou Hahn.

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A outra razão é extremamente triste e ligada ao fundador do estúdio, Walt Disney. De acordo com sua biografia, intitulada Como ser como Walt: Capturando a Mágica da Disney Todos os Dias de Sua Vida, o produtor e seu irmão compraram uma casa para os seus pais em Los Angels, em 1937. Um ano depois, um defeito no aquecedor de gás fez com que sua mãe lhe pedisse ajuda para consertá-lo, “então Walt pediu para os funcionários que trabalhavam na manutenção dos estúdios Disney consertarem o vazamento. Com o aquecedor consertado, os pais dele voltaram para a morar na casa, mas o aquecedor ainda estava com vazamento e devido a isso a mãe de Walt morreu,” disse Hahn.

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“A empregada chegou então para trabalhar na manhã seguinte e teve que puxar sua mãe e seu pai para o gramado da frente da casa. Seu pai ficou muito doente e foi para o hospital, mas sua mãe não resistiu e acabou morrendo. Walt jamais falaria sobre isso, na verdade acredito que ninguém falaria. Ele nunca falou sobre isso porque ele, na verdade, se sentiu responsável pela morte deles. Ele havia se tornado tão bem sucedido que os presenteou com uma casa. Este é o sonho de toda criança, comprar uma casa para seus pais. Mas após o episódio do conserto do sistema de gás, o sonho acabou se tornando um pesadelo terrível que acabaria, de certa forma, influenciando Walt pelo resto de sua vida”, completou Hahn.

Walt Disney. Foto: Reprodução/Internet Walt Disney. Foto: Reprodução/Internet

Relembre outros personagens que cresceram sem seus pais:

Branca de Neve (1937)

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Conto de fadas originário da tradição alemã. Foi compilado pelos Irmãos Grimm e publicado entre os anos de 1812 e 1822, em um livro de fábulas.

Cinderela (1950)

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Um dos contos de fadas mais conhecidos da História e também baseado na obra dos irmãos Grimm.

Peter Pan (1953)

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A história é baseada na peça teatral Peter and Wendy do autor escocês James Matthew Barrie.

Mogli - O menino Lobo (1967)

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Foi baseado no livro homônimo do autor inglês Rudyard Kipling.

Aladdin (1992)

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Baseado no tradicional conto árabe Aladim e a Lâmpada Maravilhosa, contido em As Mil e uma Noites.

A pequena Sereia (1989) e A Bela e a Fera (1991)

Nos dois longas, as mães das protagonistas não são citadas. Nos dois longas, as mães das protagonistas não são citadas.

A bela e a Fera é um tradicional conto de fadas francês, escrito por Gabrielle-Suzanne Barbot, em 1740. Já A pequena Sereia foi baseado no conto homônimo do escritor Hans Christian Andersen.

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