Os Travessos: a volta dos que nunca foram

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 26/09/2014 às 13:02
O vocalista, Rodriguinho/Foto: Divulgação
O vocalista, Rodriguinho/Foto: Divulgação

Rodriguinho e seus colegas travessos povoaram os programas de TV e rádio dos anos 90. Se você já se entendia por gente nessa época, certamente lembra dos versos "Sorria! Que eu estou te filmando/ Sorria! O coração tá gravando/ O seu nome aqui dentro de mim/ Oh oh oh". Os Travessos, que nunca pararam a carreira - como dizem na entrevista abaixo - voltaram a bombar no regresso de Rodriguinho ao grupo, no início do ano. No domingo (28), eles reúnem fãs das velha e nova fases, no Samba Recife.

Os Travessos hoje/Foto: Reprodução Os Travessos hoje/Foto: Reprodução

Qual a diferença entre tocar a carreira nos anos 90 e agora?

Naquela época, os grupos construíam carreiras maciças baseadas só em rádio e televisão. Não havia internet, que hoje é um veículo de extrema importância, porém faz com que tudo seja rápido e descartável… Mas também serviu para incluir o mercado da música digital que cresce a cada dia.

Nos anos 90, vocês fizeram muito sucesso – muitas aparições em programas de TV, grande espaço nas rádios – mas sofreram uma baixa. Por quê?

O novo trabalho está sendo super bem aceito pela mídia em geral e principalmente pelo público. Fizemos várias programas de repercussão nacional como o Esquenta, Encontro Com Fátima Bernardes, Multishow. Estamos entre os mais ouvidos de várias rádios, nossa agenda de shows está superlotada.

É difícil estar fora das paradas, uma vez que vocês já estiveram?

Acho que hoje não existe paradas, o artista vai bem em uma região e em outra nem tanto. Não existe mais um trabalho uniforme, muito difícil ver um artista bem em todos os estados. As gravadoras já não dão esse suporte e cada estado tem sua preferência musical. Mesmo fora "das paradas" todo mundo trabalha e muito… Os Travessos, mesmo, no ano de 2013, fizeram 212 shows por todo o Brasil.

O vocalista, Rodriguinho/Foto: Divulgação O vocalista, Rodriguinho/Foto: Divulgação

Nos anos 90, o pagode teve muita evidência. Qual o gênero musical da vez?

Não sei... Sertanejo, funk, samba… Depende da região… Sertanejo é muito forte, mas o Rio de Janeiro não aceita como em São Paulo… Já São Paulo tem sua própria cena do funk deixando os cariocas um pouco de lado. Isso é relativo.

Qual o maior sucesso de vocês?

“Tô Te Filmando” é o maior sucesso, com certeza.

https://youtu.be/UYy1qAE7q3o

Seu reencontro com o grupo, Rodriguinho, vai render quais projetos?

Acabamos de lançar o novo trabalho e estamos em trabalho de divulgação, circulando por várias rádios e programas de televisão, além de estarmos com muitos shows agendados. A ideia agora é trabalhar muito esse novo CD e curtir o carinho dos fãs que nos acompanham.

Vocês hoje estão, pelo menos, vinte anos mais velhos do que a idade que tinham quando escolheram esse nome. Continuam travessos?

O nome é só uma identificação. Nunca foi porque éramos travessos (rsrsrs). Até porque odiávamos esse nome, mas hoje já nos acostumamos bem (rsrsrs).

Não só vocês, mas outros grupos, como Karametade, tem voltado a fazer shows pelo Nordeste. A onda do pagode está de volta?

Acho que deu uma bela melhorada, apesar de nunca termos parado de fazer shows...

https://youtu.be/y4d4uDoQ5zs

Como tem sido reencontrar os fãs?

Está sendo maravilhoso rodar a estrada com a equipe toda reunida e estamos tendo uma recepção bem calorosa por parte do público em geral. Os fãs podem ter certeza de que estamos dando nosso melhor para sempre levar um show bem animado e com um som incrível para onde vamos. Estamos ansiosos pela apresentação no Samba Recife.

Os fãs são os mesmos ou mudaram?

Temos, sim, alguns fãs que nos acompanham há anos, incluindo nosso fã-clube, mas é sempre prazeroso ver nos shows uma galera jovem que passou a curtir o nosso som. É muito gratificante, é para isso que trabalhamos tanto.

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