Petrúcio Amorim canta música inédita em velório de Campos

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 18/08/2014 às 8:36
Petrúcio Amorim guardou música por mais de 30 anos. Foto: Renato Spencer
Petrúcio Amorim guardou música por mais de 30 anos. Foto: Renato Spencer

Petrúcio Amorim guardou música por mais de 30 anos. Foto: Renato Spencer Petrúcio Amorim guardou música há quase 40 anos. Foto: Renato Spencer

O cantor pernambucano Petrúcio Amorim foi o primeiro dos muitos artistas que se apresentaram no velório de Eduardo Campos, no final da tarde deste domingo (17), a convite da viúva Renata. Visivelmente emocionado, o músico abriu a série de perfomances com uma canção jamais ouvida pelo público nordestino. A composição intitulada de Memórias de um amigo emocionou a multidão que se aglomerava em frente ao Palácio do Campo das Princesas e surpreendeu os presentes. Além de Amorim, Alceu Valença, Silvério Pessoa, Maciel Melo, Antônio Marinho, Ed Carlos, Edilza Aires, Israel Filho e Tito Lívio cantaram no ato.

Em entrevista ao Social1, Petrúcio revelou que compôs a música há cerca de 40 anos. "Essa canção eu fiz quando tinha 16 anos. Compus para um amigo que perdi, quando morava em Caruaru. E, por incrível que pareça, nunca foi gravada por ninguém", afirmou. "Quando Renata nos convidou para tocar na despedida, eu fiquei numa grande dúvida do que tocar. Sempre que me encontrava com Eduardo, eu cantava forró, músicas alegres... Dessa vez, eu queria algo que mostrasse mais o que eu sentia", disse emocionado. "Sem querer entrar no lado politico da coisa. eu nao perdi um governador, eu nao perdi um presidente, eu simplesmente perdi um amigo", finalizou.

Confira, em primeira mão, a letra da música composta por Petrúcio Amorim há exatos 39 anos:

Memórias de um amigo

Pra onde fostes não sei

Só perguntando a Deus

Nosso pai, nosso rei, nosso único Deus

Por onde caminhas

Sei que teus passos plácidos

São bem mais plácidos

Diferentes dos meus

Que destino cruel

Tua felicidade

Onde está teu anel

De uma faculdade

Tua filosofia

Que entre lutas um dia

Foste capacidade

Tanta esperança pra no fim só lembrança

Só apenas saudade

Ê amigo hoje a saudade em meu peito

Batendo sem jeito Pergunta por ti

Ê amigo meu coração não respondeu

Pra eu não sentir

Cada olhar carinhoso

Hoje é lacrimoso

Ouvindo uma canção

Braços que te abraçaram

Se cruzam

Se guardam numa atenção

Luzes que te iluminaram

Não são mais iguais

Mãos que te afagaram

Desde as de teus pais

Hoje perguntam em forma de gestos: Onde estás?

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