Lugar de mulher (também) é no tatame

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 05/08/2014 às 8:02
Fotos: Dayvison Nunes/JC
Fotos: Dayvison Nunes/JC

Em 1981, o cantor e compositor Erasmo Carlos alcançava, como ele próprio considerou, “a plenitude de sua vida pessoal e de sua maturidade”, com o lançamento do LP Mulher (Sexo Frágil). No repertório, a faixa-título desconstruía um mito: “Dizem que mulher é o sexo frágil. Mas que mentira absurda”. A conclusão de Erasmo é reiterada dia após dia, com a quebra de paradigmas promovida por mulheres que provam sua força, demolindo obstáculos, conquistando direitos, ganhando seu espaço na sociedade. Nesta semana, o Social Fitness conta a história de mais uma mulher de espírito revolucionário: a tatuadora Cláudia Ninja e sua relação com as artes marciais.

Fotos: Dayvison Nunes/JC Fotos: Dayvison Nunes/JC

Movida pelo fascínio pelos filmes de luta, Cláudia resolveu largar a arquitetura e se entregar ao amor pelas artes marciais. Moradora da Zona Norte do Recife, a lutadora se dedica ao tatame há 16 anos e já passou pelas mais diversas modalidades: taekwondo, judô, kickboxing, karatê, ninjutsu, boxe, jiu-jitsu e muay thai. Foi com esse afinco que ela tornou-se tricampeã Norte-Nordeste de taekwondo, quatro vezes campeã pernambucana na mesma modalidade e bicampeã da Copa Modelo. Praticando jiu-jitsu foi tricampeã pernambucana e bicampeã Norte-Nordeste.

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Com seus 1,70 m de altura e 72 kg de peso, Cláudia é uma mulher que desperta olhares por onde passa – graças a sua beleza e vaidade – e diz que suscita curiosidade de quem descobre sobre seu envolvimento com a luta: “Sempre me questionam por conta da minha aparência. As pessoas tendem a achar que a prática das artes marciais masculiniza a mulher”, diz. “Treino com homens muito maiores que eu e, nessas horas, não tem isso de sexo frágil”, finaliza.

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Cláudia está há dois anos imersa no mundo do MMA (Mixed Martial Art), sendo hoje a única profissional feminina em Pernambuco a praticar a luta. Para alcançar seus objetivos, ela treina duas vezes todos os dias: são três sessões semanais dedicadas à musculação, com uma média de uma hora por treino, três sessões de duas horas e meia de boxe, e treinos diários de MMA durante duas horas e meia.

Quando o assunto é alimentação, ela afirma que uma boa nutrição é fundamental para aguentar o ritmo: “É importante manter uma dieta balanceada, à base, principalmente, de carboidratos e proteínas”. Em época de campeonato ela corta os carboidratos das refeições e aumenta a ingestão de proteínas e suplementos.

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Há cerca de 5 meses a lutadora se machucou durante um treino e alerta: “A musculação é imprescindível. É ela que vai dar o fortalecimento muscular necessário para prevenir lesões”. Mesmo com as dificuldades e os perigos evidentes da luta, Cláudia garante se sentir mais paciente, disciplinada, ágil e segura desde que começou a praticar artes marciais, e ainda deseja estar presente em muitos ringues e campeonatos mundo afora. “Luta é superação”, defende.

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