Um artista, várias artes

Anneliese Pires
Anneliese Pires
Publicado em 17/07/2014 às 7:15
Foto: Dayvison Nunes/JC Imagem
Foto: Dayvison Nunes/JC Imagem

Metade low tech, outra metade high tech, mas, acima de tudo, um curioso. Esta, talvez, seja a melhor definição para o artista que vamos apresentar aqui. Mozart Santos, ou Veejay Mozart, recifense nascido e crescido no Ibura, bebe de inúmeras fontes. Dos sons e modo de vida que observa em seu bairro, aos mais aprimorados subsídios que a tecnologia lhe traz, faz da sua arte um híbrido das descobertas de um mundo cada vez mais científico às histórias que ouvia do seu pai marinheiro e às vivências na periferia.

DN090714070 Fotos: Dayvison Nunes/JC Imagem

“É muito misturado, não tem nem como separar. Eu adoro essa coisa kitsch da colcha de chenille, das camisas floridas, dos bigodinhos que aparecem nos meus bonecos, ao mesmo tempo  que mergulho no universo digital’, explica . Prestes a inaugurar sua primeira exposição individual, em que levará ao Barchef, em Casa Forte,  dia 9 de setembro, suas telas feitas com tinta acrílica e também intervenções audiovisuais, Mozart é apontado como uma das promessas no quesito artes visuais do Estado. “É muito curiosa minha carreira profissional porque tu nunca vai conseguir alguém pra dizer Mozart é desenhista, é pintor,  trabalha com vídeo, porque eu tô o tempo todo investigando e pesquisando coisas. O mesmo caderno em que eu faço meus desenhos, que são  projetos que terminam virando pintura, é o mesmo caderno onde faço meus estudos sobre arte e tecnologia”, afirma.

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Formado em Artes Plásticas na Universidade Federal de Pernambuco, Mozart chegou também a estudar fora do país, a exemplo de Barcelona, na Espanha, onde teve ainda mais contato com ferramentas audiovisuais das mais avançadas  “Fui estudar  artes para trabalhar com vídeo e trabalhando com isso muita coisa de tecnologia vem junto. A partir de um trabalho que fiz para a Celpe, no Natal, com projeções na fachada na sua sede, comecei a ser chamado para várias outras coisas”, diz. Em agosto, fará um vídeo mapping, intervenções por meio de projeções em fachadas de imóveis, da Casa do Patrimônio de Olinda, que será inaugurada na ocasião.

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Seus quadros tem uma forte influência circense, ora em preto e branco, ora nas cores primárias azul, vermelho e amarelo. Nada de família ou experiência profissional em algum picadeiro, é uma admiração que vem da infância. Aos elementos lúdicos, Mozart também leva um pouco de si (o bigode, as tatuagens...), da sua história de vida. “ Eu gosto muito dessa coisa de que a gente não sabe se é verdade se é magia, a parte invisível do circo, a mensagem que faz a gente se encantar. Nisso tudo também trago referencias de vídeos que procuro de outras décadas”, diz.

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Atualmente seus trabalhos pode ser acessados por meio da Nuvem Produções Artísticas de Cláudia Aires e Guga Marques, lá na Galeria Joana D’arc, no Pina."Mozart Santos é um multiartista que admiramos e chamamos pra trabalhar com a gente. Não sei como se deu o contato, só sei que quando precisamos indicar um trabalho com criatividade, bom humor e plasticidade, ele sempre está na nossa lista. Um cara que se reinventa o tempo todo e que queremos sempre conosco", afirma Cláudia.

Ah, além de tudo isso, Veejay Mozart também agita a noite do Recife com a festa Ai meu corassaum, no Bar Apolo 17, no Recife Antigo, com sons das antigas e sempre lotadas de gente.

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