Celulite nos olhos: existe sim e pode ser bastante grave

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 17/07/2014 às 11:40
Foto: reprodução Internet
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Febres súbitas, dores oculares e olhos projetados para frente podem ser sintomas de celulite. Ao primeiro contato, a ideia é um pouco estranha, mas existe, sim, celulites nos olhos. Diferentemente de sua homônima, que se espalha pelo corpo, estas que acometem os olhos são bem menos inocentes do que as epiteliais e podem ter consequências bastante graves.

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A celulite ocular pode ser pré-septal ou orbitária. Segundo a oftalmologista Cecília Remígio, do Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope), a primeira atinge de forma aguda os tecidos palpebrais na região anterior ao septo orbitário. "A orbitária pode acontecer espontaneamente ou como consequência da pré-septal, quando ultrapassa os limites deste septo, tendo sintomas como diminuição do movimento ocular e comprometimento da visão causando transtornos bem mais graves como trombose do seio cavernoso e meningite, o que pode levar até à morte", explica.

Geralmente, as celulites oculares surgem a partir de problemas como sinusite, trauma ocular, uma gripe mais agressiva ou até uma espinha manuseada sem higiene adequada que pode levar a bactéria a estes tecidos. Os principais sintomas são inchaço da pálpebra, febre alta, proptose (protuberância do globo ocular) com aparência lustrada, avermelhada e, em alguns casos, visão reduzida e mal-estar generalizado. Uma das complicações mais temidas da celulite orbitária é a trombose, meningite e septicemia, pela possível expansão ao sistema nervoso central. Alguns casos chegam à perda visual ou abscesso.

TRATAMENTO

Segundo Maria Cecília, nos casos da celulite pré-septal, o tratamento é mais fácil. "Pode-se fazer uso de antibiótico oral ou termoterapia, compressas mornas", explica. Nos casos mais graves de celulite orbitária, geralmente, há a necessidade até de internamento hospitalar e antibióticos endovenosos. O diagnóstico é predominantemente clínico. Costumam ser solicitados hemograma e exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para que seja indicada a presença e a extensão exata do quadro infeccioso.

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