O protesto dos policiais militares por melhores condições de trabalho - que fechou na tarde desta sexta-feira a rua da Aurora - impediu a reunião que o presidente estadual do Partido da República (PR), Inocêncio Oliveira teria com o governador João Lyra em mais uma tentativa de aparar as arestas entre a legenda e a gestão socialista.
Depois de ocupar secretarias importantes na administração Eduardo Campos - esteve à frente da pasta de Transportes e Turismo - o partido deixou de integrar o governo desde março, com a posse de Lyra.
Inocência Oliveira informou ao chefe de gabinete do governador, Rubem Júnior, que entende a situação dos policiais e que aguarda uma nova oportunidade para o encontro. O deputado estadual e ex-secretário de Turismo, Alberto Feitosa, garantiu, entretanto, que o PR não está relacionando a volta ao estafe estadual ao apoio eleitoral a candidatura de Paulo Câmara ao governo de Pernambuco.
"O deputado Inocência Oliveira já deixou claro que o PR nacional lhe concedeu carta branca para que ele possa escolher de que lado estará em Pernambuco e nós estaremos com Paulo. A questão da acomodação na gestão não está relacionada com o apoio eleitoral", destacou Feitosa.
O parlamentar lembrou ainda que o PR foi o primeiro partido do Estado a apoiar a candidatura de Campos ao governo de Pernambuco em 2006. A expectativa das lideranças do PR - que estiveram na tarde desta sexta-feira reunidas com Inocêncio Oliveira para afinar o discurso a ser apresentado a João Lyra - é de que o novo encontro aconteça até a próxima semana.
Nos bastidores existe uma expectativa é de que o PR seja reacomodado o quanto antes para evitar mais tensionamento com Inocêncio, importante cabo eleitoral no Interior, sob ameaça de que o partido termine nos braços do senador Armando Monteiro Neto (PTB).
Adaílton Feitosa - indicado do partido - foi excluído da pasta do Turismo para dar lugar ao administrador de Fernando de Noronha, Romeo Neves Baptista.
