Um brinde aos 30 anos do Barbarico

Gustavo Belarmino
Gustavo Belarmino
Publicado em 25/07/2013 às 22:45

Ambiente interno da casa, em Boa Viagem Ambiente interno da casa, em Boa Viagem

O Barbarico entra naquela preciosa lista de restaurantes que acompanharam o crescimento do cenário gastrô de Pernambuco. É de uma época em que comida italiana era novidade e não ter pizza nem lasanha no menu causava estranhamento. Há 30 anos, o casal Juan Perez e Rosanna Bongiovanni inaugurava a casa, que na próxima segunda-feira (25) recebe amigos e convidados para um brinde à data. O Social1 recebeu o texto de Juan, que conta, mais que a trajetória do Barbarico, uma história de amor:

Juan Perez e Rosanna Bongiovanni, no comando do restaurante Juan Perez e Rosanna Bongiovanni, no comando do restaurante

"A minha, é uma historia de amor. Em janeiro de 1981 conheci Rosanna, em Roma, e nos apaixonamos. Moramos juntos, na Itália, até os últimos dias de 1981, porque Rosanna acabou seu curso de pós-graduação em hotelaria e teve que voltar para o Brasil. Alguns meses depois desembarquei por aqui e a pedi em casamento, coisa que fizemos um ano depois.

Nos casamos em São Paulo, onde nasceu Rosanna e toda a sua família, mas optamos por morar no Recife, onde estavam seus pais – coisas de trabalho. Foi pisar no Recife e nunca mais querer sair daqui.

Começamos alugando a fração de uma casa na Avenida Domingos Ferreira, onde abrimos o primeiro Barbarico. O sucesso foi tão grande que, poucos meses depois, pedimos ao nosso senhorio que nos alugasse a casa toda.

O começo não foi fácil. Os clientes entravam, olhavam para o cardápio e ficavam desapontados: não tinha filé à Parmegiana, nem pizza, nem lasanha e, não bastasse isso, o cardápio ainda estava recheado de nomes estranhos: Carpaccio di manzo, Capelloni, Rotoloni, Scaloppine al Marsala...

Mesmo assim, os convencemos a ficar e a confiar nas especialidades do chef. Em 1983, quase não havia casas de massas no Recife e a notícia do "ristorante" e seu chef italiano correu, rapidamente, de boca em boca e alguns meses depois o Barbarico era um boom. Difícil foi explicar tempos depois que o chef não era italiano... Muito pior ainda foi confessar que era argentino!

Trinta anos depois ninguém repara mais na minha nacionalidade. O Barbarico há 16 anos está em casa própria e, tanto no restaurante quanto na loja de massas prontas, fazemos, eu e Rosanna, diariamente, nossa ronda pela cozinha – seja para elaborar os novos pratos ou para observar que sejam mantidos fielmente os ingredientes e a técnica daqueles pratos tradicionais. Pratos que seguem sendo prestigiados pelos antigos fregueses, seus filhos e até pelos netos de seus filhos. Não é raro ver numa mesa de aniversário ou nas mesas do almoço de domingo, quatro gerações sentadas à mesa do Barbarico".

Últimas notícias