Os devotos de O Rappa

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 11/12/2011 às 10:06
HEY JOE | A versão para este clássico não empolgou muito
HEY JOE | A versão para este clássico não empolgou muito

Impressionante a força de O Rappa. O show, sábado, no pavilhão do Cecon, não foi lá essas coisas. Teve muito altos e baixos, mas o público não queria nem saber. Pareciam mais seguidores de seita do que fãs. As músicas eram seguidas por um coro único. Bonito de se ver, dava para se arrepiar. O espaço estava lo-ta-do tanto na pista VIP quanto na normal. Bom de se ver, mas ofuscado por alguns percalços.

Primeiro, o show começou muito tarde. Passava da 1h30, quando os cariocas subiram no palco. Tinha gente já cansada. Chegar no Centro de Convenções, como já caiu na rotina, era desesperador. Uma fila gigante se formava para poder estacionar. Por volta da meia-noite, lotação máxima e cadeado nos portões. O jeito foi parar na rua e se submeter a pagar R$ 10 (isso mesmo!) aos flanelinhas para ter a tranquilidade de, na volta, o carrinho continuar no mesmo local intacto.

Para comprar cerveja era preciso muita disciplina e força de vontade. Missão quase impossível. Mesmo patrocinado por uma cervejaria, poucos quiosques e muita luta. Grito, gente, fila... Perto do final da apresentação, alguns quiosques não ofereciam mais a loira gelada, nem refrigerante. Outros vendiam quente, saindo do pack. Ponto falhíssimo, produção! A equipe do Social1 procurou, mas não viu nenhum segurança circulando na pista, mas graças à intervenção divina de Jah - se é que vocês entendem - estava todo mundo relax e não teve nenhum incidente.

E o show? Bem, esta turnê foi um reencontro da banda que tem quase 20 anos de estrada e estava meio "adormecida". Eles resolveram voltar para os palcos para apresentar a turnê do disco 'Rappa – Ao Vivo', gravado na Comunidade da Rocinha, e gravar um disco novo que deve sair em meados de 2012. Seria uma espécie de "reencontro". Um vídeo com os membros do grupo contando o quanto estavam felizes com o retorno aos palcos deu o start da maratona.

Falcão é um showman. Interage muito, pula, dança, joga os dreads, conduz o mundo de gente o tempo todo. Conhece muito bem seu público e sabe como agradar, ora pedindo para a produção dar água para a galera que estava no gargarejo, ora brincando com os times pernambucanos. Ofereceu-se para tocar no Marco Zero no Carnaval e para passar uns dias em Porto de Galinhas.  Diz que gosta do Recife para c$%@#e leva a galera a catarse, tocando "Manguetown", de Chico Science. As versões de algumas músicas, por outro lado, deixaram a desejar como, por exemplo, "Hey Joe" e "Tribunal de Rua", mas nada  tirava o brilho deles e a secura de ver "os caras" de volta nos palcos. Valeu.

 

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