No Dia Mundial do OVNI, conheça a polêmica história do Caso Roswell

Vanessa Moura
Vanessa Moura
Publicado em 02/07/2020 às 10:36
Militares com alguns fragmentos coletados no local do acidente
Militares com alguns fragmentos coletados no local do acidente FOTO: Militares com alguns fragmentos coletados no local do acidente

Comemora-se o Dia Mundial do OVNI nesta quinta-feira (2). A definição de OVNI, em termos gerais, é uma anormalidade verificada no céu, não detetada visualmente por radares, cuja natureza não é imediatamente conhecida. Entretanto, a data escolhida pela World UFO Day Organization para celebrar esses objetos desconhecidos que vez ou outra geraram histórias curiosas em vários países, foi motivada por um episódio na cidade de Roswell, em Novo México, no ano de 1947. Mais de 70 anos após o incidente, o caso - que rendeu até filme de mistério no cinema - ainda intriga pessoas na atualidade.

Caso Roswell

Embora a versão oficial do governo relata que o objeto que teria caído no dia 2 de julho em um rancho da cidade seria  um balão de vigilância da Força Aérea dos Estados Unidos, não são todos que confiam nela. Todo o mistério ganhou visibilidade com uma notícia publicada, no dia 8 de julho de 1947, pelo jornal Roswell Daily Record. Ela contava que o 509.º Grupo de Bombardeiros da então Força Aérea do Exército dos EUA havia tomado posse dos destroços de um disco voador. A notícia, como esperado, causou repercussão na cidade, mas já no dia seguinte o jornal desmentiu a história, afirmando que os restos eram apenas de um balão meteorológico.

Capa do jornal. Foto: Reprodução

Quem encontrou os destroços foi o fazendeiro William Mac Brazel. Ele afirmou que no dia 2 de julho, enquanto andava a cavalo com o seu filho Vernon, deparou-se, a cerca de doze quilômetros do rancho em que vivia, com uma série de destroços. Acostumado a encontrar restos de balões meteorológicos, não lhes deu importância de início, só vindo a recolher o material no feriado do 4 de julho, juntamente com a sua mulher e o seu outro filho Victor. No mesmo dia em que recolheu o material, contou a sua história aos vizinhos, que o informaram que alguns jornais ofereciam até três mil dólares por uma prova dos chamados "discos voadores", assunto que estava causando furor na imprensa devido às declarações do piloto Kenneth Arnold, que também afirmou ter visto pedras ou discos deslizando em um lago, ao sobrevoar Oregon. Atualmente, acredita-se que o que Arnold viu foi, na verdade, uma migração de pássaros.

 Este é o local do acidente UFO perto de Roswell, Novo México Local do acidente. Foto: Philip Mantle

No dia 7 de julho de 1947, Brazel dirigiu-se até a delegacia do condado de Chavez, informando-o de que teria talvez encontrado os restos de um disco voador. O xerife telefonou para a base aérea de Roswell, que enviou um major e um capitão  do 509.º Grupo de Bombardeiros para analisarem os destroços. O major teria recolhido o material e o transportado para a base de Fort Worth.  A força área chegou a divulgar para a imprensa que se tratava de uma queda de um disco voador. Horas depois, confirmaram se tratar de um balão meteorológico. O motivo da confusão era de que os militares não conheciam o material que era feito o balão meteorológico.

Teoria da conspiração

Segundo a revista Super Interessante, uma das curiosidades do Caso Roswell reside no que estava dentro do suposto disco voador: quatro legítimos ETs, cinzas, sem roupas e pequeninos, mas com cabeças e olhos enormes. A funerária local recebeu um pedido de quatro pequenos caixões e um funcionário teve que dar explicações sobre como conservar corpos. Segundo os teóricos da conspiração, o governo conduziu uma autópsia secreta nos alienígenas e aprendeu, por exemplo, que o sangue deles não é vermelho e que a proporção de seus estômagos em relação aos corpos é diferente do humano.

Décadas depois, a teoria da conspiração de Roswell sofreu um baque quando um suposto filme da autópsia dos ETs foi exibido nas televisões do mundo inteiro. Especialistas encontraram erros grosseiros no filme, constatando ser uma fraude. No entanto, alguns ufólogos afirmaram que a filmagem foi feita com bonecos apenas para desacreditar a veracidade da história.

Major Jesse Marcel

Uma versão mais recente pesquisada por um dos investigadores do caso foi dada esse ano. Em entrevista para o tabloide inglês The Sun, o perito Philip Mantle afirmou que o major Jesse Marcel seria a chave para entender o que ocorreu. O major foi, na verdade, o primeiro oficial graduado a chegar ao local do acidente e atuou para acobertar alguma coisa, segundo Mantle. Na época, Marcel era oficial de inteligência e foi designado que ele fosse ao local para "recolher pedaços de dispositivos e auxiliar em futuras investigações".

 Esta é a cabana onde o Major Marcel armazenou alguns dos detritos OVNI Esta é a cabana onde o Major Marcel armazenou alguns dos detritos OVNI, segundo Philip Mantle. Foto: Philip Mantle

Segundo Mantle, além dele, outros oficiais foram ao local e "até recolheram corpos alienígenas". A fonte para esses novos detalhes é o próprio Marcel, que admitiu antes de morrer, em 1986, que "ajudou a acobertar" o que aconteceu no local do impacto. Segundo uma testemunha ouvida por Mantle, o major confidenciou que guardou parte do material que ele coletou aquele dia "dentro de um aquecedor de água". 

 Impressões do artista sobre o material que Jesse Marcel levou para casa - ele aparentemente voltaria à forma após amassar como "metal de memória" Impressões do artista sobre o material que Jesse Marcel levou para casa - ele aparentemente voltaria à forma após amassar como "metal de memória". Foto: Philip Mantle

A testemunha, Calvin Parker, 64 anos, contou que conheceu o major após ele próprio ter um encontro com um OVNI e um amigo em comum apresentar o ex-oficial da Força Aérea. "Ele me disse que recebeu ordens para dizer que era apenas um balão meteorológico que caiu e, sendo um bom soldado, ele cumpriu essas ordens", contou Calvin. Apesar da informação, o material guardado na casa do major não foi encontrado.