Pesquisadores desenvolvem máscara facial que fica fluorescente em contato com o coronavírus

Larissa Lira
Larissa Lira
Publicado em 21/05/2020 às 16:37
Se funcionar, a máscara irá permitir o rápido diagnóstico da doença
Se funcionar, a máscara irá permitir o rápido diagnóstico da doença FOTO: Se funcionar, a máscara irá permitir o rápido diagnóstico da doença

Em um futuro muito próximo, o diagnóstico do novo coronavírus será feito de forma mais rápida e simples. Isso porque cientistas da Universidade Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram uma nova máscara facial que brilha ao entrar em contato com o novo vírus.

A máscara funciona da seguinte forma: quando uma pessoa infectada respirar, tossir ou espirrar, emitindo gotículas de saliva ou fluidos corporais contaminados com o vírus, a máscara fica fluorescente. Ou seja, se quem usar a máscara estiver doente, ela vai brilhar.

Nos últimos seis anos, uma equipe de bioengenheiros vem trabalhando em sensores capazes de detectar vírus de doenças altamente infecciosas, como zika e ebola, e emitir um sinal luminoso. Agora, eles estão adaptando esta tecnologia para que funcione também para a covid-19. A ideia é colocar DNA e RNA, que têm a propriedade de se ligar a um vírus, desidratados em um tecido. Para isso, é usada uma máquina chamada liofilizador, que retira a umidade do material genético sem matá-lo. Dessa forma, ele continua ativo à temperatura ambiente por diversos meses, conferindo boa validade às máscaras.

Para funcionar, os sensores precisam de apenas duas coisas: umidade, como saliva e muco que nosso corpo libera durante o processo respiratório, e ter a sequência genética do vírus na memória. Por serem bem sensíveis e específicos, podem detectar diferentes mutações do vírus. Ao identificar apenas um pequeno segmento dessa sequência, eles são programados para emitir um sinal fluorescente dentro de uma a três horas.

A tecnologia de identificação de vírus em si já foi comprovada pela equipe em 2018. Amostras em pedaços de papel conseguiram detectar vírus da Sars, influenza, hepatite C, rubéola e febre do Nilo ocidental, entre outras doenças. “Fizemos assim para criar uma ferramenta barata de diagnóstico. Funciona em papel, mas também mostramos que é efetiva em plástico, quartzo e tecido”, disse Jim Collins, o líder do projeto, à Business Insider.

Os cientistas esperam apresentar uma demonstração nas próximas semanas e têm a meta de começar a produzir um produto comercialmente viável até o final do ano. O passo seguinte é embutir esses sensores em máscaras faciais e também criar um módulo avulso, que poderia ser inserido em qualquer máscara hospitalar.