Cientistas da Nasa encontram evidências de um possível universo paralelo

Vanessa Moura
Vanessa Moura
Publicado em 21/05/2020 às 11:18
Estrutura colossal no início do Universo, batizada de Hipérion (AFP/ Divulgação)
Estrutura colossal no início do Universo, batizada de Hipérion (AFP/ Divulgação) FOTO: Estrutura colossal no início do Universo, batizada de Hipérion (AFP/ Divulgação)

Para o sonho dos ávidos consumidores de livros e filmes de ficção científica, um grupo de cientistas da Nasa dão mais esperança para que histórias como a de 'Stranger Things' sejam mais possíveis do que se pensa - sem os demongorgons, claro. A equipe detectou evidências da existência de um universo paralelo, nas quais as regras da física são opostas às nossas, a partir de um experimento realizado na Antártica, com a ajuda da Antena Impulsiva Transiente da Antártica (Anita).

Os cientistas, no entanto, não tinha a menor pretensão de descobrir um 'mundo invertido', na verdade, a ideia era investigar os “ventos” de partículas de alta energia vindas do espaço. O ar frio e seco do local oferecia o ambiente perfeito para que não houvessem distorções na captação desse fenômeno. Durante o estudo, os pesquisadores observaram “neutrinos tau“, partículas de alta energia, mais pesadas, saindo da Terra, o que indica que elas estavam ao contrário no tempo.

Devido à baixa energia e massa próxima a zero, os neutrinos subatômicos podem passar completamente pela Terra. No entanto, uma variante de alta energia é interrompida pela matéria sólida do nosso planeta. Isso significa que elas só podem vir do espaço, já que, se estivessem por aqui, seriam barradas pelos elementos sólidos presentes.  Porém, o que chocou os especialistas foi que detectaram um ruído vindo da Terra. Ao analisarem os dados, encontraram neutrino de alta energia saindo do chão.

Conclusões incertas

No fim das contas, o que a descoberta realmente intriga e implica é que essas partículas podem estar realmente viajando para trás no tempo, ou seja, podem ser evidências de um mundo paralelo, em que as leis da física funcionam de forma contrária às nossas.

Mesmo cobertos de ceticismos , alguns membros da equipe, ainda assim, ficaram intrigados com a descoberta. De acordo com Peter Gorham, físico experimental de partículas da Universidade do Havaí e que fez parte da pesquisa, a explicação mais simples para o acontecido é que, no momento do Big Bang, explosão que deu origem a tudo, dois universos foram formados. Um universo seria o que vivemos, e o segundo, sob a perspectiva do tempo na Terra, está indo ao contrário, como uma espécie de espelho. A direita vira a esquerda, o positivo é o negativo, por exemplo.

Em entrevista à revista científica New Scientist, em abril,  Gorham afirmou que “nem todo mundo está confortável com essa hipótese” e até mesmo cientistas do grupo dele não confiam 100% na teoria. “Não sabemos como representar isso ainda, mas temos algo”, disse ele. Portanto, não há como ter certeza de que há um universo paralelo coexistindo com o nosso, mas há indícios.