Dados de pacientes do SUS poderão ser acessados digitalmente

Vanessa Moura
Vanessa Moura
Publicado em 17/04/2020 às 10:03
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução FOTO: Foto: Reprodução

Com informações da IPNews

O Ministério da Saúde vai migrar os dados da rede pública de saúde para a nuvem. A iniciativa faz parte do projeto do Conecte SUS, um programa do governo federal para a digitalização das informações de saúde no Brasil. A Embratel já está transferindo os dados do Datasus, departamento de informática do SUS, via blockchain - para grantir a segurança das informações - e irá disponibilizá-los com segurança e estabilidade na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).

Astronautas da ISS retornam à Terra em plena pandemia do coronavírus

Google e Apple fazem aliança para monitorar coronavírus através do bluetooth

E-commerce, fraudes em pagamentos, economia compartilhada: como o CEO da InLoco vê o mundo pós-coronavírus

Como funciona atualmente

No Brasil, cerca de 50% das informações não são digitalizadas nos hospitais públicos de atenção primária, onde são feitos os atendimentos iniciais com objetivo de orientar sobre a prevenção de doenças, solucionar alguns casos e direcionar os mais graves para níveis de atendimento mais complexos. Na atenção especializada, cerca de 77% dos hospitais com mais de 50 leitos não têm prontuários eletrônicos.

Sem a digitalização, o compartilhamento dos dados para o Datasus é feito ao final do mês por cada hospital de atenção primária, pela rede especializada e pelas farmácias populares. Uma vez implementado o novo sistema, tanto o envio dos dados pelos aparatos de saúde quanto o acesso serão facilitados, e as informações serão mantidas sempre atualizadas.

Como vai funcionar

Para Jacson Venâncio Barros, diretor do Datasus, a medida vai pavimentar a “estrada para o fortalecimento da estratégia de Saúde Digital para o Brasil”. Profissionais de saúde em estabelecimentos públicos pré-cadastrados e gestores municipais e estaduais terão acesso aos dados, além do próprio paciente, que poderá acessar o seu histórico médico por meio de aplicativo.

O acesso seguirá todas as determinações de privacidade já previstas em legislações existentes e atenderá a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Informações como atendimentos ambulatoriais e de atenção primária, internações, medicamentos utilizados, exames realizados e vacinas somente serão compartilhadas com a autorização do paciente. O tráfego de informações como imagens de exames também está sendo considerado em uma nova fase do projeto.

Com os dados em nuvem, os profissionais de saúde e de administração pública poderão fazer um acompanhamento maior de toda a cadeia de atendimento do paciente. A disponibilização possibilita a continuidade do cuidado aos pacientes, pois os médicos conseguirão ter uma linha do tempo dos tratamentos realizados. Isso amplia o espectro de visão sobre a saúde do cidadão por meio de um ambiente analítico, facilitando a tomada de decisão sobre cada caso.