Brasil: 2º país a comercializar insulina inalável para diabetes

Vanessa Moura
Vanessa Moura
Publicado em 14/02/2020 às 9:55
No país, 16,8 milhões de pessoas convivem com o diabetes e 500 novos casos são diagnosticados diariamente. Foto: Pixabay
No país, 16,8 milhões de pessoas convivem com o diabetes e 500 novos casos são diagnosticados diariamente. Foto: Pixabay FOTO: No país, 16,8 milhões de pessoas convivem com o diabetes e 500 novos casos são diagnosticados diariamente. Foto: Pixabay

Pacientes que convivem com o diabetes e necessitam da aplicação da insulina passam a contar com uma opção mais confortável que as furadas para o controle glicêmico. Já disponível no Brasil, a insulina inalável Afrezza oferece menor risco de hipoglicemias aos usuários. A insulina chega no mercado pela Biomm, empresa brasileira de biotecnologia, em uma parceria com a MannKind Corporation, biofarmacêutica norte-americana.

O Brasil é o segundo país a disponibilizar a medicação, depois dos Estados Unidos. Aprovado pela Anvisa em 2019, o medicamento Afezza será comercializado em três dosagens (4, 8 e 12 unidades internacionais de insulina), em embalagens com 90 e 180 refis, e dois inaladores por caixa. A dosagem recomendada deve ser indicada pelo médico e a terapia é indicada para pacientes adultos.

A insulina inalável tem ação ultrarrápida e é mais parecida com o hormônio produzido naturalmente pelo organismo em indivíduos saudáveis. Ela se dissolve pelo pulmão após a inalação e atinge imediatamente a corrente sanguínea, por isso os níveis máximos da medicação são alcançados entre 12 a 15 minutos após a administração, que deve ser realizada antes das refeições.

Sobre a doença

O diabetes mellitus é caracterizado pela incapacidade do organismo de controlar adequadamente os níveis de glicose no sangue. A insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas, normalmente regula os níveis de glicose do corpo, mas em pessoas com a doença são produzidos níveis insuficientes de insulina. O organismo também não responde adequadamente à pouca insulina que produz.

Atualmente, a doença atinge 425 milhões de pessoas no mundo, segundo a Federação Internacional de Diabetes (2017), sendo o Brasil a quarta maior população afetada. São 16,8 milhões convivendo com o diabetes e cerca de 500 novos casos diagnosticados por dia. Os números preocupam, uma vez que 40 milhões de brasileiros estão pré-diabéticos e 25% devem desenvolvê-lo, nos próximos cinco anos, como aponta a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

De acordo com o Dr. Márcio Krakauer, endocrinologista do núcleo de tecnologia da Sociedade Brasileira de Diabetes, existem hábitos e facilidades que podem ajudar no tratamento. "O monitoramento frequente da glicemia pode facilitar no controle do diabetes, assim como medicamentos cada vez mais adequados para atender as necessidades dos pacientes. Outras facilidades que ajudam na rotina dos portadores da doença são insulinas com menor risco de hipoglicemias e mais fáceis de administrar", explica o médico.