Nasa escolhe modelo brasileiro como novo sistema de previsão do tempo

Vanessa Moura
Vanessa Moura
Publicado em 07/02/2020 às 11:26
O novo modelo é considerado muito mais preciso e confiável que o anterior. Foto: Pixabay
O novo modelo é considerado muito mais preciso e confiável que o anterior. Foto: Pixabay FOTO: O novo modelo é considerado muito mais preciso e confiável que o anterior. Foto: Pixabay

Com informações do UOL, parceiro do NE10

A NASA começou a usar, desde o final de janeiro, um novo modelo de previsão do tempo mais preciso e confiável, batizado de GF. O que chama atenção é que o modelo foi criado por um brasileiro, substituindo o antigo sistema de meteorologia da agência especial norte-americana, o Nasa Geos. O novo sistema foi criado por uma equipe de brasileiros e norte-americanos liderada pelo físico goiano Saulo Freitas, pesquisador no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Segundo Freitas, o novo modelo levou três anos para ser desenvolvido e aperfeiçoa “substancialmente” o atual sistema por analisar o desenvolvimento das nuvens, a formação das gotículas de água e, posteriormente, a chuva. Feita com base em modelos matemáticos que usam as leis da física, esta nova forma de prever o tempo tem maior eficiência no curto prazo, fornecendo projeções de como as condições meteorológicas vão evoluir, mostrando aonde vai chover e também os locais que terão temperaturas mais altas e mais baixas.

O novo modelo levou três anos para ser desenvolvido. Foto: Reprodução

"Conseguimos aprimorar a física para ganhar mais confiança, principalmente em previsões de curto prazo, conseguindo uma antecedência maior. Pode ser 10% ou até 30% mais eficaz, depende das condições. Então foi possível construir um modelo matemático colocado dentro do sistema complexo da Nasa", contou o cientista ao UOL.

O novo sistema, que pode ter os aspectos relacionados à umidade, temperatura e direção dos ventos aprimorados, ajuda a prevenir desastres naturais nos centros urbanos, pois indica quando rios e encostas estão perto de inundar, além de poder ser utilizado para planejar o plantio e a colheita, entre várias outras áreas.

Adoção do modelo

A adoção deste sofisticado modelo de previsão nos Estados Unidos surgiu a partir de uma parceria entre a agência americana, que cede os supercomputadores utilizados nos cálculos e os demais equipamentos, e o INPE. No Brasil, de acordo com Saulo, a implantação do sistema é uma próxima etapa do projeto, que ainda não tem data para acontecer.