Mulheres, negros e pessoas mais velhas encontram dificuldade para ingressar no mercado de trabalho da área de Tecnologia da Informação (TI). É o que aponta o estudo “Quem Coda o Brasil?”, feito pela consultoria ThoughtWorks e pela PretaLab. O levantamento se deu em parceria com profissionais de 21 estados e do Distrito Federal.
A pesquisa apresentou dados inéditos sobre gênero, cor, escolaridade, formação, ocupação e renda das equipes de tecnologia das empresas brasileiras. Segundo o estudo, em 21% das equipes de tecnologia do País, não há sequer uma mulher, enquanto em 32,7% dos casos não há nenhuma pessoa negra e, em 95,9%, não havia uma pessoa indígena dentro da equipe de tecnologia dos respondentes.
O levantamento ainda revela que o perfil das pessoas que trabalham em tecnologia é bastante jovem, haja vista que 77% dos entrevistados estão na faixa etária entre 18 e 34 anos e 65% está concentrado nas capitais de estados e em Brasília, capital federal.
Entraves para a diversidade
Ao serem questionados sobre a presença de pessoas com orientação sexual diferente de heterossexual em suas equipes, 50,4% das pessoas disseram não haver nenhuma em seu ambiente de trabalho. No aspecto da inclusão de pessoas com deficiência, a disparidade é maior: em 85,4% dos casos, não há nenhuma pessoa nesta condição na equipe.
No ângulo socioeconômico, mais uma vez o perfil é diferente da maioria da população brasileira: mais de 60% apresenta renda mensal domiciliar a partir de 5 salários mínimos, o equivalente a cerca de R$ 4.770,00. Em 69% das equipes de trabalho, não há nenhuma pessoa com renda mensal domiciliar abaixo de 2 salários mínimos (equivalente à classe E).
A pesquisa pode ser acessada integralmente na página do PretaLab.