Acendam as velinhas: Cosplay faz 80 anos

Larissa Lira
Larissa Lira
Publicado em 12/10/2019 às 14:00
Fernanda Andrade é cosplayer há 9 anos. Entre seus personagens, a vilã de Harry Potter, Bellatrix Lestrange, é um dos mais reconhecidos
Fernanda Andrade é cosplayer há 9 anos. Entre seus personagens, a vilã de Harry Potter, Bellatrix Lestrange, é um dos mais reconhecidos FOTO: Fernanda Andrade é cosplayer há 9 anos. Entre seus personagens, a vilã de Harry Potter, Bellatrix Lestrange, é um dos mais reconhecidos

Quem nunca quis ser um personagem daquele filme ou série favorito? A assistente de projetos de internet Fernanda Andrade, 24 anos, sabe bem como é isso. A diferença é que ela tornou-se não só um, mas vários personagens com a prática do cosplay. Há nove anos ela dá vida aos personagens Bellatrix, vilã da série Harry Potter, Effie Trinket, de Jogos Vorazes, Nebula, de Guardiões das Galaxias, Mavis, do Hotel Trans, e tantos outros. Neste ano, a prática de se fantasiar de personagens fictícios da cultura pop -tanto ocidental quanto oriental - completa 80 anos.

Para quem quiser celebrar a data, a Badoque Geek, em parceria com a Livraria Cultura, realizam no dia 13 de outubro o 1º Encontro de Cosplay e Fãs da Cultura Pop. O evento será no auditório da livraria, no RioMar Shopping, no Pina, das 14h às 17h e é gratuito. O encontro traz ainda palestras e dicas sobre os figurinos e maquiagem profissional, entre outros.

Origem

Diferente do que se imagina, e de acordo com os registros históricos, a primeira pessoa a se fantasiar de um personagem de ficção científica não foi no Japão. Foi em Nova Iorque, em 1939, na I World Science Fiction Convention (Woldcon), com Forrest J. Ackerman. Com o passar dos anos, cada vez mais fãs de personagens fictícios iam aos eventos fantasiados, criando o conceito do costuming, fan costuming ou masquerade, como também era chamado. O termo cosplay é que foi criado no Japão quando Nobuyuki Takahashi visitou a Worldcon e ficou impressionado com as fantasias e com as apresentações criativas dos participantes. Ele difundiu essa prática no Japão por meio das revistas de ficção científica e criou o nome Cosplay para designá-la. O nome é a fusão das palavras costume (fantasia) e roleplay (brincadeira ou interpretação).

Assim como o nome, o desejo de Fernanda também surgiu da observação e admiração por essa prática. Seu primeiro personagem foi a vilã Bellatrix para estreia do filme Relíquias da Morte parte II, em 2011. Desde então, ela não parou mais e, hoje, leva a prática mais como um hobby, apesar de sempre participar de eventos profissionalmente. “O cosplay me ajuda a me desprender dos meus estresses diários e me permite viver as personagens que eu amo, além de me trazer amigos incríveis que considero uma família”, descreveu.

Um dos personagens mais recentes de Fernanda Andrade é a Nebula do filme Guardiões das Galáxias. A maquiagem para fazê-la durou cerca de seis horas

Além dela, Bianca Oliveira também encontrou no cosplay algo bem além do que se tornar um personagem favorito. Todos os seus personagens (Erza Scarlet, Fenix Negra e Katarina de League of Legends) retratam mulheres fortes. “Eu defendo muito o ‘girl power’ e uso isso nos meus personagens. Na ficção elas são mulheres fortes e com personalidades marcantes. Quando me visto delas, assumo a personalidade de cada uma e isso me dá coragem de me fantasiar e sair por aí fazendo o que realmente gosto”, explicou Bianca.

 

Uma das personagens feitas por Bianca Oliveira é a Katarina do League of Legends

No Brasil, o cosplay começou a ser usado na década de 80 de forma tímida e pequena, mas na década de 90 tornou-se uma mania popular e ousada. Em 2006, os brasileiros ganharam o título de melhores cosplayers do mundo.