Jovens pernambucanos partem para imersão no Vale do Silício

Maria Ligia
Maria Ligia
Publicado em 18/07/2019 às 18:26
Foto: Filipe Jordão/Jc Imagem
Foto: Filipe Jordão/Jc Imagem FOTO: Foto: Filipe Jordão/Jc Imagem

Nada de aventura na Disney ou parques da Europa. Nesta sexta-feira (19), um grupo de 15 adolescentes pernambucanos parte para uma aventura diferente, num destino cujo principal atrativo é a inovação: o Vale do Silício, nos Estados Unidos.

Conhecer o Vale do Silício tem sido um desejo cada vez maior de tantos jovens interessados em tecnologia ou antenados nas novas demandas do mercado. Atenta a essa procura, a Agit Intercâmbio, em parceria com a Escola Acelera, desenvolveu um programa de imersão para adolescentes no Vale do Silício.

O roteiro de dez dias inclui, além da visita às grandes empresas de alta tecnologia – como Tesla, NVidia, Apple, Google, Netflix -, atividades, oficinas, workshops e passeios pensados para despertar nos jovens um novo olhar sobre o mundo. A ideia é ter uma programação completamente voltada para a inovação.

Para Guilherme Carvalho, head of Innovation da Escola Acelera, a experiência é uma oportunidade muito boa para os jovens. “A gente acredita que trabalhar o mindset empreendedor e de inovação desde o principio vai ajudar muito”, disse.

“Esses jovens precisam estar conectados com esse mundo para que no futuro eles possam ser autônomos e responsáveis pelo destino, não só da vida deles, mas de várias pessoas que certamente vão ser impactadas pelos negócios que eles vão criar”, afirmou.

Pedro Henrique Vital, de 16 anos, é um dos jovens que vai participar da primeira turma. Para ele, que estuda Eletrônica no Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), conhecer as grandes empresas voltadas para a inovação pode incentivá-lo a continuar na área. Quando soube da oportunidade de ter uma experiência de imersão em São Francisco, logo se empolgou.

Perguntado sobre o que está mais animado para aprender, respondeu: “Conhecer uma empresa grande que trabalhe nessa área, conhecer talvez algum funcionário que trabalhe lá, e entender melhor como funciona esse mundo da tecnologia”.

E quem vai junto dele é o seu irmão mais novo, João Henrique Vital, 14. A mãe deles, a administradora Ana Virgínia, contou que os dois sempre tiveram um interesse natural no assunto; por isso, para ela, o programa de imersão é “a cara deles”.

“Além disso, é a oportunidade de juntar três coisas: a independência, de a gente poder trabalhar isso neles desde cedo, de fazer um passeio desacompanhado; juntando isso com um momento de lazer; e alinhado à uma perspectiva de agregar algum conhecimento a mais”, revelou.

Os pais de Natália Beder, 16, também ficaram bastante interessados, segundo ela. A jovem acredita que a viagem vai abrir seus horizontes. “É algo que não tem aqui, não tem como ver aqui”, disse.

Foto: Filipe Jordão/Jc Imagem

“A gente está preocupado em escolher ambientes diferentes que estão usando inovação hoje no dia a dia do trabalho”, destacou Natalya Fonseca, diretora da Agit. “Tem restaurantes que não têm atendentes, a gente vai conversar com robôs; lojas que estão trazendo inovação em suas vitrines”, exemplifica.

As atividades vão explorar conteúdos como empreendedorismo, educação financeira, criatividade e soluções de problemas. Nos últimos três dias de viagem, os meninos e meninas vão colocar em prática tudo que aprenderam na viagem em uma competição de criação de startup.

“A gente vai ter toda mentoria, vai estar com os professores da Acelera que vão fazer desde a criação do modelo de negócio, até o pitch do projeto criado”, revelou Fonseca.

Uma segunda turma já está sendo formada pela Agit Intercâmbio para a próxima viagem.

SOBRE O VALE DO SILÍCIO

A região da baía de São Francisco, na Califórnia (EUA) é berço e lar para empresas de alta tecnologia e inovação, como Apple, Google, Facebook, HP, Intel, Netflix e Tesla.

Um lugar que se destaca por ser propício à inovação: só em 2017, foram registradas 19,5 mil patentes de tecnologia na região, segundo o Silicon Valley Institute for Regional Studies.

O terreno fértil para o empreendedorismo também é marca do Vale; em 2018, foram investidos US$ 19,17 bilhões em capital de risco no local. E justamente os segmentos de tecnologia concentram 78,1% do capital de risco.

“Hoje o Vale do Silício está sempre posicionado no topo do mundo quando a gente fala de inovação tecnológica. Essa é uma posição que torna esse lugar diferenciado, não só pelas grandes empresas que existem lá, mas por um contexto que faz com que aquele ambiente seja realmente rico e promissor”, define Guilherme Carvalho.