O aplicativo russo Telegram afirmou, nesta quarta-feira (12), que sofreu uma tentativa de ciberataque. O vírus é conhecido como "DDoS" e tem o objetivo de derrubar servidores de serviços web com um volume grande de acessos simultâneos.
O ataque foi informado pelo Telegram em sua conta do Twitter. Isso aconteceu três dias depois da série de reportagens do portal de notícias The Intercept. O material continha conversas interceptadas do ministro da Justiça, Sergio Moro, e do procurador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol.
Ainda não está claro se o ataque ao Telegram seria algum tipo de retaliação anônima às reportagens. A equipe do app só menciona que usuários "das Américas e de outros países" poderiam enfrentar problemas de conexão.
O Telegram já havia negado que o conteúdo interceptado teria sido originado de uma falha na segurança do mensageiro. A Polícia Federal está apurando as circunstâncias do caso.
Confira os twittes do telegram sobre o ataque:
"No momento, estamos enfrentando um poderoso ataque DDoS. Usuários do Telegram nas Américas e alguns usuários de outros países podem enfrentar problemas de conexão."
"Um DDoS é um "ataque de negação de serviço distribuído": seus servidores recebem ZILHÕES de solicitações inúteis que os impedem de processar solicitações legítimas. Imagine que um exército de lemingues acabou de pular na fila no McDonald's na sua frente --e cada um está pedindo um Whooper [lanche da rede rival do McDonald's, o Burger King]."
"O servidor está ocupado dizendo aos lemingues que eles vieram para o lugar errado. Mas há tantos deles que o servidor nem sequer vê você para tentar fazer o seu pedido."
"Para gerar essas solicitações inúteis, os bandidos usam "botnets", que são computadores de usuários desavisados que foram infectados com malware [vírus] em algum momento no passado. Isso torna um DDoS semelhante a um apocalipse zumbi: um dos lemingues falsos pode ser seu avô."
"Há um lado positivo: todos esses lemingues estão lá apenas para sobrecarregar os servidores com trabalho extra - eles não podem tirar de você seu Big Mac e Coca-Cola. Seus dados estão seguros. No momento, as coisas parecem ter se estabilizado."