Plataforma de big data ajuda a prospectar clientes

Maria Luiza
Maria Luiza
Publicado em 07/04/2019 às 21:20
Foto: Divulgação
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A empresa de tecnologia Neoway, de Florianópolis, especializada em big data e inteligência artificial, lançou sexta-feira (5) uma plataforma que ajuda empresas a prospectar clientes cruzando milhares de variáveis do mundo online com bases públicas de informação. O produto, batizado de Neoway Digital, analisa os dados de acesso ao site da empresa contratante e os mistura com informações do mundo off line, como cadastro de empresas, dados de processos judiciais eletrônicos, cadastro do Bolsa Família, registros de veículos, entre outros. A plataforma de big data da Neoway permite em poucos minutos analisar essa imensa massa de dados e trazer insights que podem definir desde a ordem de prioridade da equipe de vendas à escolha do alvo exato de uma campanha de marketing.

A Neoway fez o lançamento durante um evento anual que realiza em Florianópolis para clientes e investidores, o DDB (Data Driven Business), realizado de 4 a 6 de abril. Tendo como alvo pessoas jurídicas, a Neoway tem atualmente mais de mil clientes, entre eles todas as grandes redes de bancos que operam no País e indústrias como Ambev e Volvo e Votorantim. A catarinense tem sido citada como forte candidata a virar o próximo unicórnio brasileiro, como são conhecidas as empresas de tecnologia que atingem o valor de mercado de US$ 1 bilhão.

Marketing

"O espaço do marketing digital atualmente é 99% ocupado pelo Google e Facebook. As empresas anunciantes geralmente deixam que essas plataformas decidam como seu dinheiro vai ser aplicado. Está cada vez mais caro bancar as campanhas e é muito comum elas serem dirigidas às pessoas erradas, sem potencial de se tornar consumidor da marca", explica Jaime de Paula, fundador e CEO da Neoway. Segundo ele, a Neoway Digital torna o emprego dos recursos bem mais assertivo, fazendo os custos das campanhas caírem. "A empresa tem que saber quem a está visitando. Não posso terceirizar esse conhecimento", continua De Paula, garantindo que a propriedade dos dados fica com o dono do site. A ferramenta roda na nuvem e o dono do site não compartilha os dados dos visitantes, o que torna o sistema já adequado à Lei Geral de Proteção de Dados, que começa a valer em 2020.

Jaime de Paula, CEO da Neoway, diz que as campanhas no Google e Facebook estão ficando caras e pouco eficientes. Foto: Divulgação

"A empresa que contrata o sistema pode iniciar suas análises no mesmo dia. Há tutoriais disponíveis para isso", explica o Chief Transformation Officer da Neoway, Rodrigo Barcia, a quem Jaime de Paula chama de "evangelizador". Para falar do potencial do big data, ele exemplifica o caso da Ticket, que vende refeição para empresas. Em 10 dias, a Ticket recebeu 350 mil visitas no seu site. Em vez de fazer uma ação de retarget via Google e Facebook, foram analisados os perfis daqueles usuários que puderam ser identificados  associados a dados de empresas que estão em fase de expansão, além de restaurantes que ainda não aceitam o Ticket. Com isso, em vez de 350 mil retargets, foram pagos apenas 20 mil, com boa conversão de novos clientes e ampliação da rede de restaurantes conveniados.

O sistema pode captar por exemplo, os dados de abertura de um novo restaurante ou de uma cadeia de restaurante e enviar insights para possíveis fornecedores de ketchup ou de cerveja. Ou o regisrtro de um novo prédio a ser construído e dirigir essa informação a fornecedores de cimento, ou de aço, ou de cerâmica... "O objetivo é descobrir quem é o mercado a ser prospectado", explica Barcia,

O sistema, que embarca inteligência artificial e machine learning, seleciona mais de 3 mil variáveis e estabelece uma pontuação para os possíveis clientes. Isso, integrado ao CRM do usuário, fornece informações para estabelecer prioridades a uma equipe de vendas, dando foco à estratégia de marketing. "Posso escolher a área de abrangência, conhecer novos mercados, tudo isso de forma bem simples", garante o evangelizador.

Busca em dados não estruturados o tipo do restaurante. SE é fabricante, os grandes eu conheço. Os operadores independentes são atendidos por distribuidor. Mas cadeias médias são alvos importantes e a plataforma pprioriza pelo tamanho da rede

A maior parte do PIB brasileiro ainda vem de indústrias com baixa capacidade de inovação. Amazon no mercado de varejo. Mas o que vemos no mundo é que de forma muito rápida das empresas de tecnologia e conhecimento se tornarem as maiores do mundo. Nenhuma empresa, de nenhum segmento terá sucesso se não usar muito bem a tecn0logia", conclui De Paula.

*A jornalista viajou a convite da Neoway