Série ‘You’ serve de alerta para os riscos na exposição virtual

Jennifer Thalis
Jennifer Thalis
Publicado em 24/01/2019 às 11:12
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stalker FOTO: stalker

A série ‘You’, novidade da Netflix, aborda uma temática importante: os riscos da exagerada exposição nas redes sociais. O protagonista Joe Goldberg retrata um stalker, termo utilizado para definir pessoas que são obcecadas em perseguir alguém,  pesquisando sobre sua vida e, por vezes, descobrindo detalhes íntimos com uma simples observação de suas redes sociais.

Ao longo do enredo da série, o espectador percebe como é possível descobrir grande parte do passado e detalhes pessoais de um indivíduo apenas com uma breve análise de suas fotos e publicações nas redes sociais. Isso traz alertas sobre a importância do uso de senhas nos celulares e computadores e o cuidado com a apresentação da própria geolocalização.

De acordo com Luiz Augusto Filizzola D’Urso, Advogado Criminalista, especialista em Cibercrimes, Coordenador e Professor do Curso de Direito Digital e Cibercrimes da FMU, há pontos interessante nos episódios. Um deles é que Joe não é um hacker com grande conhecimento técnico em informática. Apesar disso, consegue desvendar toda uma vida, pois realiza uma profunda análise dos perfis nas redes sociais.

"Um criminoso também pode ter acesso a todas essas informações on-line, mesmo não sendo um “expert” em informática. Alerta-se como é importante alterar as senhas das contas de e-mail e das redes sociais quando se perde ou se tem o celular furtado ou roubado. Além de evitar que outra pessoa tenha acesso a todas as suas informações sigilosas, impede que ele se passe por você", afirma o especialista.

Cautela

As reflexões causadas pela série ‘You’ devem ser transformadas em ações de cautela, de acordo com o advogado. "As redes sociais revelam muitas informações, as quais, inclusive, já são usadas por sequestradores e criminosos que as utilizam para o cometimento de todo tipo de golpes pela internet, além de servir de justificativa para demissões e até para acusações criminal. Deve-se evitar postar fotos que revelem detalhes da própria vida: uniforme, viagens e restaurantes, carros que possui, residência e local onde trabalha. Além disso, adotar a necessária cautela com a marcação da geolocalização", completa o advogado.

*Luiz Augusto Filizzola D’Urso, Advogado Criminalista, especialista em Cibercrimes, Coordenador e Professor do Curso de Direito Digital e Cibercrimes da FMU, Presidente da Comissão Nacional de Estudos dos Cibercrimes da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (ABRACRIM).