Japão vai proibir uso pelo governo de produtos da Huawei e ZTE

Agence France-Presse
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Publicado em 07/12/2018 às 11:56
(WANG Zhao / AFP)
(WANG Zhao / AFP) FOTO: (WANG Zhao / AFP)

O Japão vai proibir o uso por parte do governo de dispositivos de telecomunicações fabricados pelos grupos chineses Huawei e ZTE por questões de segurança cibernética, informou a imprensa. A decisão pode ser aplicada a partir de segunda-feira, de acordo com o jornal Yomiuri Shimbun e a agência de notícias Jiji Press.

A proibição seria adotada depois que o governo dos Estados Unidos solicitou a seus aliados que evitem os produtos fabricados por estas duas empresas, em consequência dos temores de que servem para a execução de ciberataques, indica o Yomiuri Shimbun, que cita fontes governamentais não identificadas. Os produtos japoneses que utilizam peças fabricadas por uma das duas empresas chinesas também serão excluídos do uso governamental.

De acordo com o Yomiuri Shumbun, o governo não pretende citar diretamente as empresas para evitar a irritação da China. Ao ser questionado sobre as informações, o porta-voz do governo, Yoshihide Suga, não fez comentários e disse apenas que o Japão "coopera estreitamente com os Estados Unidos" em questões de segurança cibernética.

A informação foi divulgada depois da detenção no Canadá de uma alta executiva da Huawei, Meng Wanzhou, o que revoltou o governo da China e provocou quedas expressivas nos mercados financeiros pelo temor de que poderia aumentar a tensão entre Pequim e Washington. As autoridades americanas suspeitam que o grupo chinês exportou, ao menos desde 2016, produtos de origem americana para o Irã e outros países submetidos a sanções de Washington.

A empresa já estava na mira dos serviços de inteligência americanos, que a consideram uma ameaça para a segurança nacional. Os smartphones a preços acessíveis da Huawei conquistaram uma boa fatia de mercado, mas a empresa enfrenta diversos reveses em grandes economias ocidentais devido às preocupações com a segurança.

A ZTE foi objeto de duras sanções do governo de Donald Trump este ano por não respeitar o embargo americano contra Teerã. O grupo teve que paralisar a maior parte de suas atividades, o que deixou em perigo sua sobrevivência, mas conseguiu escapar ao pagar uma multa de um bilhão de dólares.