Clima: Marte não é 'plano B' para humanidade, adverte astronauta

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 04/12/2018 às 12:45
A ex-astronauta norte-americana Mae Jemison participou do COP24, em Katowice, na Polônia (Janek SKARZYNSKI / AFP)
A ex-astronauta norte-americana Mae Jemison participou do COP24, em Katowice, na Polônia (Janek SKARZYNSKI / AFP) FOTO: A ex-astronauta norte-americana Mae Jemison participou do COP24, em Katowice, na Polônia (Janek SKARZYNSKI / AFP)

A ex-astronauta americana Mae Jemison convocou o mundo, em palestra na COP24 nesta terça-feira (4), a "uma tomada de consciência" das ameaças da mudança climática, destacando que o planeta Marte não pode se tornar "um plano B" para a humanidade.

Ainda que a luta contra a mudança climática seja, "talvez, o problema mais importante" que a humanidade já enfrentou, "temos de resolvê-lo, e é realmente importante entender que é um problema de todos", declarou a primeira afro-americana a ir ao espaço, no terceiro dia da 24ª Conferência da ONU sobre o Clima (COP24), em Katowice, na Polônia.

"Quando as pessoas dizem 'salvem a Terra', elas estão equivocadas. Não se trata de salvar a Terra. Trata-se de garantir que não continuaremos de danificá-la a ponto de que ela nãoA ex-astronauta norte-americana  possa mais nos acolher", afirmou, evocando "o incrível Planeta Azul", "forte e resistente", que ela viu da janela de uma nave espacial em 1992.

"Temos de ser muito, muito claros. É uma tomada de consciência: a Terra não precisa de nós, nós precisamos da Terra. E, apesar da minha vontade de ir a Marte, não é um plano B para nossa civilização e nossa espécie", insistiu.

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Cerca de 200 países estão reunidos desde domingo em Katowice, capital polonesa do carvão, para tentar dar vida ao Acordo de Paris. Seus representantes devem concluir até meados de dezembro as regras de aplicação desse acordo firmado em 2015. O objetivo é limitar o aquecimento do planeta a +2°C, idealmente a +1,5°C, em relação ao registrado na era pré-industrial.

Um relatório recente dos cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) fala em claras diferenças em termos de impactos esperados entre essas duas metas. De acordo com o texto, para ficar abaixo de +1,5°C, é necessário reduzir as emissões de CO2 em quase 50% até 2030 em comparação com 2010.