Dados alarmantes mostram o Brasil como 2º país com mais casos de Ciberbullying no mundo

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 20/10/2018 às 12:17
Ciberbullying (Imagem/ Divulgação) FOTO:

Neste sábado, 20, é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Bullying, entretanto o Brasil não tem muito o que comemorar, pois os dados demostram que ainda existe muito o que melhorar para combater com maior eficácia este tipo de ataque.

Segundo a UNICEF, uma em cada três crianças do mundo, entre os 13 e os 15 anos, é vítima de bullying na escola regularmente.

A data serve como tentativa de consciencializar mais a população mundial para esta forma de violência, como também apoiar e incentivar as vítimas a denunciarem estas graves situações e encontrar formas de as prevenir.

Estes são os maiores desafios colocados por esta data, visto que a luta contra o bullying, além de não é uma tarefa fácil, não é possível resolver apenas neste dia, nem com um grupo de pessoas, mas sim de todos os dias do ano com ajuda da sociedade.

Cartaz da feira de ciências do Colégio Terceiro Milênio (Imagem/ Divulgação)

Porém, o que vem preocupando cada vez mais a sociedade é o aumento dos casos de Ciberbullying contra crianças e adolescentes. De acordo com a pesquisa publicada pelo Instituto Ipsos, crianças brasileiras são vítimas frequentes de hostilidade principalmente pelos perfis em redes sociais, local preferido dos bullies.

Em uma entrevista concedida ao Correio Brasiliense, o professor da faculdade de medicina da USP, Dr.Francisco Assunção, explicou: “O bullying, seja ele pela internet ou não, é um fato de estresse crônico e isso pode provocar depressão, ansiedade e até dificultar a socialização”.

De acordo com a pesquisa, em 65% dos casos, as redes sociais foram usadas como ferramentas para praticar as agressões. Os smartphones estão na sequência, pois são usados em 45% das ocorrências de bullying. No caso do Brasil, os perfis na internet são usados em 70% das vezes que uma criança é atacada nas redes.

“Uma vez que a criança está sendo agredida, os pais devem entrar em contato com os pais do agressor, considerando que as crianças não respondem por si. Dependendo do caso, pode existir até a necessidade de tomar as providencias legais”, orienta o professor.

Cartaz da feira de ciências do Colégio Terceiro Milênio (Imagem/ Divulgação)

Existem no país alguns locais de apoio a estes casos, como a Sociedade Brasileira de Pediatria e o 'Canal Linha Alerta', da Internet Segura. Essas organizações servem para dar apoio emocional, como também incentivar as vítimas a denunciarem. Os organizadores informam que, por se tratar de crianças e adolescentes, os pais precisam sempre fiscalizar as redes sociais, pois em alguns casos, se não monitorados, os problemas emocionais podem ser irreversíveis.

As iniciativas devem continuar constantemente, durante todo o ano, só assim o combate poderá criar força. Ao saber de algum caso deste tipo de abuso virtual, a sugestão é procurar estas intimações e denunciar.

Algumas escolas já iniciaram campanhas com este tema, para conscientizar seus alunos. Como é o caso do Colégio Terceiro Milênio, que este ano utilizou este tema em sua feira de ciências. "Nos dias de hoje, quando o assunto é rede social , é importante, na verdade , diria, imprescindível, a ligação entre família e escola . E dentro dessa linha de pensamento é que entendemos que a escola tem parte fundamental na construção e conscientização do aluno no que diz respeito a se tornar um cidadão é um ser pensante e reflexivo, e mais, um ser responsável por suas decisões e por seus atos", enfatizou a coordenadora pedagógica, Carolina Netta.

Grupo de alunas do Colégio Terceiro Milênio (Imagem/ Divulgação)

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