Irlanda investiga ataque hacker a 50 milhões de contas no Facebook

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 03/10/2018 às 18:09
Facebook/ Divulgação FOTO:

A Irlanda anunciou nesta quarta-feira (3) a abertura de uma investigação sobre a invasão de 50 milhões de contas na rede social Facebook, a primeira aplicação em grande escala do regulamento europeu de proteção de dados.

"A Comissão de Proteção de Dados da Irlanda (DPC) abriu hoje, 3 de outubro de 2018, uma investigação" para "verificar se o Facebook cumpriu com as suas obrigações legais de proteção de dados", disse o porta-voz da agência em comunicado.

O Facebook, cuja sede na Europa está localizada na Irlanda, "informou à DPC que sua investigação interna ainda está em andamento e que a empresa continua tomando medidas corretivas para mitigar os potenciais riscos para os usuários", informou.

Com a abertura desta investigação, aplica-se pela primeira vez o regulamento europeu sobre proteção de dados (RGPD), que entrou em vigor na União Europeia em 25 de maio.

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Este regulamento tem por objetivo proteger os dados pessoais dos europeus, reforçando os direitos dos internautas e estabelecendo obrigações claras para as empresas no processamento de dados.

Também dá aos reguladores europeus novos poderes de controle e sanções caso as empresas violem as regras ao coletar informações pessoais.

O texto prevê multas de até 20 milhões de euros ou 4% do faturamento para empresas que não respeitem o regulamento.

A mais recente falha de segurança do Facebook, revelada pela rede social no final de setembro, teria afetado cerca de 5 milhões de europeus entre as 50 milhões de contas, segundo a comissária europeia da Justiça, Vera Jourova.

A falha, que foi "consertada" de acordo com o fundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, permitiu que os hackers tivessem acesso a informações do perfil dos usuários, como seus nomes, sexo ou local de residência.

Esse ataque em larga escala reavivou as críticas à rede social, já afetada por várias polêmicas, particularmente em relação à proteção de dados pessoais.

© Agence France-Presse