Assistente de voz da Amazon se torna intuitivo

Agence France-Presse
Agence France-Presse
Publicado em 22/09/2018 às 16:58
(AFP/ Amazon/ Divulgação) FOTO:

Uma inteligência artificial capaz não só de descongelar um bife, mas de ter intuições? A gigante Amazon revelou uma série de inovações de sua assistente de voz, Alexa, com as que busca torná-la mais imprescindível no dia a dia.

O alto-falante inteligente Echo pode, por exemplo, comunicar-se com o novo micro-ondas da marca, apresentado na quinta-feira durante uma demonstração em tamanho real das novas possibilidades, realizada diante do público em uma casa fictícia em Seattle, oeste dos Estados Unidos.

Demonstração do auto-falante inteligente Echo (AFP/ Divulgação)

No entanto, quando um jornalista pede que acrescente 30 segundos de tempo de cozimento a uma espiga de milho, Echo, depois de "pensar", toca músicas da banda de rock americana "30 Seconds to Mars".

A ambição da Amazon é ser a primeira a fazer a "virada à casa inteligente", afirmou David Limp, um dos executivos da marca que até agora domina o mercado dos alto-falantes inteligentes.

Segundo a consultora eMarketer, citada por Bloomberg, em 2018 cerca de dois terços dos usuários de alto-falantes inteligentes nos Estados Unidos utilizarão o Echo. Google Home, seu grande concorrente junto com a Apple, seduzirá 30% dos usuários.

Alexa poderá, por exemplo, encarregar-se da segurança da casa: seu dono receberá um aviso se uma janela for quebrada, e será alertado em caso de intoxicação com fumaça ou dióxido de carbono.

- As "intuições" de Alexa -

O grupo americano também apresentou uma inovação chamada "Alexa Hunches" (as intuições de Alexa), que analisa os gestos cotidianos e alerta em caso de mudanças.

Assim, pode acontecer que uma pessoa dê boa noite a Alexa, e esta lhe responda: "A luz da varanda ficou acesa. Deve ser apagada?".

A Amazon trabalha inclusive para dar a Alexa uma "personalidade", ao atribuir-lhe "gostos", por exemplo, em relação a uma marca de cerveja ou um animal de estimação.

Além disso, o "ouvido" da assistente de voz também se torna mais sensível e, no futuro, poderá entender sussurros, assim como responder em voz baixa.

A Amazon está apostando claramente em um desenvolvimento exponencial dos assistentes de voz, cujas vendas permanecem muito abaixo da dos smartphones e cujos usos ainda são limitados.

Embora mais de 70% das pessoas que têm alto-falantes inteligentes nos Estados Unidos os usem diariamente, segundo um estudo publicado por AppDynamics, principalmente para se informar sobre o clima ou como GPS. Em segundo lugar, o usam para escolher e ouvir música, e para acender ou apagar a luz.

Dado que as ferramentas para a casa inteligente desenvolvidas pelas principais marcas representarão em 2018 um mercado de 96 bilhões de dólares - 40% nos Estados Unidos -, a Amazon também anunciou o lançamento da plataforma de "configuração livre de frustração".

Esta plataforma facilitará que cada fabricante de acessórios inteligentes se comunique facilmente com Alexa. Trata-se de um elemento estratégico para reforçar o peso já dominante da Amazon nesse terreno.

"Não vai acontecer da noite para o dia", disse David Limp. "Mas imaginamos um futuro com milhares destes dispositivos em cada lar; será algo absolutamente essencial".

"Os anúncios da Amazon são lembretes ácidos à Apple e ao Google de que Alexa ganhou uma grande vantagem e que está trabalhando arduamente para aproveitá-la ao máximo", considera Geoff Blader, vice-presidente da empresa de análises de mercado CCS Insight.

Lançamento da nova Alexa da Amazon (AFP/ Divulgação)

Mas isso preocupa um pouco mais os que temem uma invasão tecnológica incontrolável em suas vidas cotidianas.

Muitos usuários se queixaram das risadas intempestivas de Alexa, o que obrigou a Amazon a reconfigurar a programação.

Casos de alto-falantes inteligentes que gravaram seus donos sem que eles soubessem também foram relatados regularmente.

Leia Mais

Inovação vai de roda ‘flexível’ a motor para caminhão elétrico

Empresas brasileiras inovam mais que estrangeiras, diz estudo