Índia pede ação do WhatsApp contra boatos que provocam linchamentos

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 04/07/2018 às 8:12
Mulheres indianas cujos maridos foram linchados em Dhule (330 km de Mumbai) por falsos boatos espalhados através do WhatsApp (AFP PHOTO)
Mulheres indianas cujos maridos foram linchados em Dhule (330 km de Mumbai) por falsos boatos espalhados através do WhatsApp (AFP PHOTO) FOTO: Mulheres indianas cujos maridos foram linchados em Dhule (330 km de Mumbai) por falsos boatos espalhados através do WhatsApp (AFP PHOTO)

O governo da Índia pediu ao serviço de mensagens WhatsApp uma ação imediata para acabar com a propagação de rumores falsos que motivaram uma onda de linchamentos no país.

Mais de 20 pessoas morreram nos últimos dois meses na Índia, vítimas de notícias falsas que viralizaram sobre a suposta presença de sequestradores de crianças.

Os ataques, que geralmente são dirigidos contra forasteiros, deixam as autoridades em uma situação muito difícil. As campanhas de sensibilização e as declarações públicas têm um alcance limitado até o momento.

Em um comunicado, o ministério de Eletrônica e Tecnologia da Informação expressou à direção do WhatsApp sua "profunda desaprovação ante mensagens irresponsáveis e explosivas".

"O governo indiano também indicou que o WhatsApp deve atuar imediatamente para acabar com esta ameaça", completa o texto.

Na carta de resposta às autoridades indianas, o WhatsApp afirma estar "horrorizado" com os linchamentos e classifica o fenômeno como um "desafio que exige que o governo, a sociedade civil e as empresas de tecnologia trabalhem lado a lado".

O WhatsApp, que pertence ao Facebook, afirmou que está testando na Índia um dispositivo para apontar se uma mensagem foi escrita por quem a envia ou se foi apenas repassada, a forma como habitualmente se propagam os boatos.

Também destacou a colaboração com organizações de verificação de fatos em outros países, como Brasil e México, e afirmou que reflete sobre a possibilidade de desenvolver estas operações na Índia.