Ao menos 1,5 bilhão de arquivos sensíveis são visíveis na internet aberta

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 06/04/2018 às 9:22
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AFP PHOTO / WANG ZHAO FOTO: AFP PHOTO / WANG ZHAO

Ao menos 1,5 bilhão de arquivos sensíveis - desde comprovantes de pagamento até exames médicos, passando por solicitações de patentes - estão visíveis na internet aberta, alertaram Especialistas da empresa de segurança cibernética Digital Shadows.

Os pesquisadores asseguraram que uma ferramenta de varredura utilizada nos primeiros três meses de 2018 encontrou montanhas de dados privados de pessoas e empresas do mundo todo on-line. "Estes são arquivos que estão disponíveis gratuitamente" para qualquer pessoa com um conhecimento técnico mínimo, disse à AFP Rick Holland, vice-presidente da Digital Shadows.

Os dados não protegidos chegavam a 12 petabytes, quatro mil vezes mais que a quantidade do escândalo "Panama Papers", que expôs a corrupção potencial em diferentes níveis em dezenas de países.

Holland indicou à AFP que sua equipe escaneou a web e encontrou arquivos não seguros, acrescentando que a disponibilidade de dados abertos abre riscos ao expô-los a hackers, Estados ou companhia rivais que podem se apropriar deles. "Faz com que o trabalhos dos hackers seja muito mais fácil. Encurta a fase de reconhecimento", indicou Holland.

Uma quantidade significativa dos dados que ficaram expostos provinha de arquivos de folhas de pagamento e devolução de impostos, que representavam 700.000 e 60.000 arquivos, respectivamente, segundo a Digital Shadows. Além de importantes dados econômicos corporativos, também se constatou que os arquivos médicos e as listas também estavam mal protegidos, com aproximadamente 2,2 milhões de exames corporais disponíveis para visualização.

"Enquanto as organizações podem considerar a informação privilegiada, as intrusões de rede e as campanhas de 'phishing' como fontes de espionagem corporativa, essas descobertas demonstram que já existe uma grande quantidade de dados sensíveis disponíveis publicamente", conclui o relatório.