Unindo frevo e tecnologia, projeto pernambucano é destaque em Las Vegas

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 20/03/2018 às 18:44
Gustavo Alves, gerente de projetos da Pitang, e Juliana Lima, gerente de negócios. Foto: Renato Mota/MundoBit
Gustavo Alves, gerente de projetos da Pitang, e Juliana Lima, gerente de negócios. Foto: Renato Mota/MundoBit FOTO: Gustavo Alves, gerente de projetos da Pitang, e Juliana Lima, gerente de negócios. Foto: Renato Mota/MundoBit

LAS VEGAS - Lançados durante a programação do REC'n'Play, em dezembro do ano passado, as aplicações Sobe Frevo, Roteiro Afetivo e Batuta, instaladas no Paço do Frevo, no Bairro do Recife, foram destaque durante o IBM Think 2018. A iniciativa foi fruto de uma parceria entre a IBM e o SoftexRecife, e foi apresentada pelo pessoal da empresa pernambucana Pitang para uma audiência de analistas e clientes da gigante da tecnologia, vindos de diversos países.

A proposta das soluções é fazer com que as pessoas entenderem ou até mesmo sentirem as emoções do Carnaval mesmo dentro das paredes do museu. O desenvolvimento das soluções ficou a cargo do CESAR, Pitang, Procenge, RH3, In Forma, Corptech, Facilit, Neurotech, Cmtech, Inhalt, Serttel, Avantia, Qualinfo, Pluri, DataXpert, e Teleport.

"O desenvolvimento dessas soluções serviu para fortalecer o ecossistema do Porto Digital. Foi uma oportunidade de aprender a trabalhar com Inteligência Artificial, algo que boa parte dos participante ainda não tinha experimentado", conta Juliana Lima, Business Menager da Pitang, que apresentou o projeto no Think. Foram só 12 semanas de desenvolvimento, sendo as três primeiras  envolvendo pesquisa junto ao público do museu e desenhando as soluções. "Cerca de 72% da população nunca foi num museu ou espaço cultural. No Brasil, infelizmente, a arte não é do povo. Mas no carnaval é, e a tecnologia pode nos ajudar a fazer essa ligação", afirma Juliana.

As aplicações foram pensadas para trazer inclusão não só aos turistas que visitam o Paço do Frevo, mas também aos próprios moradores de Pernambuco.  O Roteiro Afetivo personaliza a visita dentro do Paço do Frevo. Uma assistente virtual guia os visitantes em três ambientes determinados. A Freviana, como foi batizada, utiliza aplicações de inteligência artificial para conduzir os usuários às vivências fazendo perguntas e apresentando informações. O diálogo acontece por voz e texto. Ao final do passeio, os participantes ganhavm um estandarte virtual, de acordo com seu perfil e experiências vividas para compartilhar nas redes sociais.

O Sobe Frevo ainda está ativo no museu e foi feito para quem quer frevar o ano toso, independente do carnaval. A solução transformou o elevador do museu num bloco de frevo, com direito a pessoas próximas, pouco espaço e muita música (mas sem pulo, afinal é um elevador). O sistema de iluminação colorido e um equipamento com sensores e câmera acoplado, que são responsáveis por capitar a imagem do grupo, reconhecer o perfil de pessoas e gerar um conteúdo visual e sonoro apropriado.

Prototipação do Batuta. SoftexRecife/Divulgação

Por último, o Batuta, que também ainda pode ser experimentada no Paço, quer criar o primeiro frevo composto pelo uso de inteligência artificial. Através de ações na internet, o público é levado a entrar no site da solução e responder a um quiz. A plataforma também propõe ao internauta a experiência de fazer uma análise do seu perfil por meio das redes sociais e descobrir um frevo que seja mais próxima de sua personalidade. Ao final, o participante é convidado a conhecer uma sala especial do Paço do Frevo, onde poderá interagir com um frevo “tecnológico” ao movimentar objetos musicais reproduzidos em madeira.

*O repórter viajou a convite da IBM