A lenda de Satoshi Nakamoto, o criador do bitcoin

Maria Luiza
Maria Luiza
Publicado em 16/03/2018 às 12:03
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"Eu sou Satoshi". A brincadeira é recorrente em cursos, seminários ou até bate-bapo sobre blockchain (a certificação de operações de forma descentralizada, criptografada e compartilhada por todos) e bitcoin, primeira moeda virtual criada com base nesse tipo de certificação.

Dependendo da quantidade de gente que ri, o palestrante sabe se está diante de uma platéia que sabe um pouco do que ele vai falar ou se terá de explicar de forma mais básica o que é essa revolução com potencial para recriar a internet - e o mundo da forma como o conhecemos. Muitas das dezenas de palestras sobre blockchain, bitcoin e criptomoedas realizadas no Festival South by Southwest, em Austin, Texas,

Satoshi Nagamoto ninguém sabe quem é. Pode ser uma pessoa ou um grupo de pessoas; pode ser mulher ou homem (embora a segunda hipótese tenha propabilidade maior, visto que a grande maioria dos que trabalham com essa tecnologia é do sexo masculino.

O fato é que esse ser transformado em lenda, seja ele quem for, tem um patrimônio estimado em 7 bilhões de dólares. Acredita-se que o Departamento de Segurança Interna (DHS na sigla em ingleês) sabe quem está por traz da história. Mas nem diz quem é nem confirma se sabe a identidade, que teria sido identificada a partir da forma como Satoshi escreve, numa técnica chamada silometria. Uma repórter da Newsweek encontrou há alguns anos um Satoshi Nakamoto real, um imigrante japonês de 64 anos que mora na Califórnia. Na época, ela chegou a falar com ele mas foi rechaçada quando o assunto partiu para bitcoin.

A invenção

Foi em 2008 que Satoshi primeiro descreveu o conceito do bitcoin num fórum denominado The Cryptography Mailing. No ano seguinte ele lançou a rede bitcoin, baseada em transações pessoa a pessoa (P2P), e não fundamentada em um sistema centralizado de emissão de moeda. O bitcoin é então, a primeiro moeda digital global descentralizada, responsável pelo surgimento de um sistema bancário alternativo. As transações não têm intermediários, mas são verificadas por todos os usuários da comunidade, gravadas em um banco de dados distribuídos graças à tecnologia blockchain.