Internet ameaçada: Comissão Federal defende fim da neutralidade das redes nos EUA

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 27/02/2018 às 9:52
Foto: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP
Foto: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP FOTO: Foto: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP

O presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC) americana, Ajit Pai, defendeu nesta semana a revogação do marco normativo da neutralidade da rede como uma medida para promover o investimento em 5G, uma rede superveloz.

A FCC aprovou em dezembro a proposta de Pai de revogar as normas pelas quais provedores de internet tratavam o tráfego de maneira equitativa, estabelecidas em 2015.

Ativistas protestaram em várias grandes cidades dos Estados Unidos e online, temendo que grandes empresas provedoras de banda larga possam mudar a forma como a internet funciona, favorecendo seus próprios serviços e dificultando os de seus concorrentes, ou cobrando mais por certos tipos de acesso.

Os críticos da neutralidade alegam, contudo, que ela se baseia em uma regulação criada na década de 1930 para as companhias telefônicas. Pai disse que a decisão é necessária para que o setor privado tenha "mais incentivos para investir nas novas redes 5G e para garantir que os Estados Unidos mantenham sua liderança tecnológica".

"Para serem líderes mundiais no 5G, os Estados Unidos precisam de regulamentações modernas, e não um modelo único desenvolvido na década de 1930", afirmou Pai no Mobile World Congress (MWC), em Barcelona.

O lançamento da rede 5G, rápida o bastante para baixar um filme em menos de um segundo, é esperado em mercados como Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul até o fim do ano.