Uma pesquisa realizada pela Telecommunications Research Group, encomendada pela a Microsoft, revelou um dado que já se estimava, mas que agora ganha contornos mais sombrios: em 30% dos casos de crimes cibernéticos ocorridos no Brasil, as vítimas tinham contato pessoal com o responsável pelo ataque.
Esses riscos online consistem em contatos indesejados (mencionados por 51% dos entrevistados), solicitações envolvendo sexo (23%) e fraude online (21%), recebimento de mensagens sexuais indesejadas (21%) e assédio não sexual (20%). O levantamento que analisou os comportamentos de risco online em 23 países, incluindo o Brasil foi feito com 11.600 pessoas, entre jovens de 13 a 17 anos e adultos de 18 a 74 anos, que responderam perguntas sobre 23 tipos de risco online.
No ranking geral de riscos digitais, o Brasil ficou na 13ª posição com um ICD (Índice de Cidadania Digital) de 71%. Jovens com idade entre 18 e 34 anos são o grupo mais exposto (81%), o segundo maior índice no mundo. "Uma possível explicação para essa realidade é o fato de que os jovens chamados millenials foram os primeiros a crescer no ambiente digital e por isso não temem os riscos", afirma o relatório da Microsoft.
MULHERES SOFREM MAIS
O estudo considera como assédio os seguintes tipos de comportamento online: assédio (ofensas online, excluindo conteúdo de cunho sexual), contatos indesejados, mensagens sexuais indesejadas, cyberbullying ou misoginia. Entre as mulheres entrevistadas, 65% relataram algum tipo de abuso, em paralelo a 58% dos homens.
O impacto desse comportamento também é mais sentido pelas mulheres: elas são 10% mais propensas a perder a confiança em pessoas no ambiente off-line em comparação aos homens. Dos jovens, 39% enfrentaram depressão após casos de assédio digital, enquanto 59% perderam a confiança nas pessoas no ambiente off-line.