Pentágono exclui mudanças climáticas como ameaça de segurança

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 19/01/2018 às 17:14
AFP PHOTO / ORLANDO SIERRA
AFP PHOTO / ORLANDO SIERRA FOTO: AFP PHOTO / ORLANDO SIERRA

As mudanças climáticas e seu impacto na segurança nacional e internacional não foram incluídas na estratégia de defesa nacional dos Estados Unidos, revelada nesta sexta-feira (19) pelo chefe do Pentágono, Jim Mattis.

A decisão, entretanto, pode não surpreender depois que o presidente Donald Trump garantiu que as mudanças climáticas são uma fraude e anunciou em junho passado que tirará os Estados Unidos do histórico acordo de Paris sobre o clima, a menos que sejam introduzidas algumas mudanças em seu texto.

Leia mais

Cientistas também lutam contra as notícias falsas

Três últimos anos foram os mais quentes já registrados, diz ONU

Em 2016, o presidente Barack Obama incluiu as mudanças climáticas como ameaça à segurança nacional. Além disso, por anos especialistas e cientistas apontaram que desastres naturais, escassez de alimentos e crescentes níveis do mar podem desatar fluxos de refugiados que ameacem a estabilidade global.

Após a chegada ao posto há quase um ano, Mattis disse que as mudanças climáticas poderiam gerar instabilidade e ameaçar bases americanas ao redor do mundo. "Os efeitos de um clima em mudança - tais como o aumento do acesso marítimo ao Ártico, o crescimento dos níveis do mar, entre outros - impactam nossa situação de segurança", disse Mattis a senadores em um testemunho escrito após sua audiência de confirmação em janeiro de 2017, segundo documentos obtidos pela ProPublica.

Entretanto, o adjunto de Mattis, Patrick Shanahan, disse no mês passado a repórteres no Pentágono que a exclusão das mudanças climáticas da estratégia de defesa nacional não necessariamente quer dizer que o Pentágono não o veja como uma ameaça. "Não significa que não seja uma prioridade ou que seja uma prioridade", afirmou Shanahan.