Unicef: poluição é perigosa para o cérebro do bebê

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 06/12/2017 às 12:04
AFP PHOTO / NARINDER NANU
AFP PHOTO / NARINDER NANU FOTO: AFP PHOTO / NARINDER NANU

A poluição atmosférica é perigosa para o desenvolvimento cerebral dos bebês, um flagelo que afeta a Ásia em particular, afirma um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O continente asiático totaliza 16 das 17 milhões de crianças com menos de um ano que estão expostas a níveis críticos de poluição, ao menos seis vezes acima dos níveis considerados salubres. A Índia lidera a lista dos países com o maior número de bebês expostos à poluição, à frente da China, de acordo com o relatório "Perigo no Ar" publicado pelo Unicef.

A contaminação "tem um impacto no aprendizado das crianças, de sua memória, sua capacidade linguística e motora", disse à AFP Nicholas Rees, autor do documento. Os vínculos da poluição do ar com a asma, bronquite e outras doenças respiratórias são conhecidos há bastante tempo.

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"Mas um número crescente de pesquisas científicas destaca um novo risco potencial representado pela contaminação do ar para a vida e o futuro das crianças: o impacto no cérebro em desenvolvimento", afirma o documento do Unicef. O relatório ressalta a relação entre a poluição e as funções cerebrais como a memória e o QI (quociente de inteligência) verbal e não verbal, os resultados dos testes e outros problemas neurológicos.

As partículas finas da contaminação urbana podem afetar a barreira hematoencefálica (BHE), a membrana que protege o cérebro de substâncias tóxicas, e acentuar os riscos de doenças como Parkinson e Alzheimer entre os idosos. O Unicef faz um apelo aos governos para que aumentem a luta contra a poluição e reforcem a proteção das crianças, em particular com o uso de máscaras e sistemas de filtração de ar.